A memória, essa que desdenha de nós, das nossas acções quando o seu companheiro, "o esquecimento", grita.
Essa, a memória, faz de nós heróis ou vítimas. Bons ou maus. Comuns ou especiais. Prega-nos partidas, devolve-nes sorrisos, provoca-nos desconfortos ou conforta inseguranças.
É manhosa, traiçoeira, mas também amiga e companheira. Para o melhor e pior, depende dos mecanismos, das pré-disposições, dos processos que contribuem para padrões.
Actua no sítio certo ou não. Confunde-se com indolor. Tem um efeito adrenalina, nostálgico ou, simplesmente, quando falha, deixa-nos sem norte.
Causa constrangimentos, também, e por vezes.
A memória, ainda que trabalhada, faz-nos tropeçar.
É um tratado de emoções, tropeções e músculo.
(inspirada por um excerto de um livro de J.Rentes de Carvalho)
Fev.2013