Friday, October 31, 2008

(só mais outra) metamorfose.

sinto me um bicharoco
acabado de sair do ventre materno.
e ao mesmo tempo em mutação,
mas de uma espécie que é um risco
para a evolução natural.

qual Darwin. (!)

Thursday, October 30, 2008

rasga que rasga.

Sinto gestos repetitivos
Como aquele barulhinho do despertador que voltei a ter.
Sinto calafrios de dejá-vous, que se confundem facilmente
Com a incapacidade de enfrentar a nostalgia.
E quando o barulhinho ecoa para fora da cabeça,
Quando provoca cãibras proeminentes do espaço
Demasiado extensível até fora da cabeça, - da minha cabeça –
Tudo parece perecer.

Sinto um rasga que rasga, uns trejeitos que enganam o engano,
Um diz-que-disse infiel, ingrato e que salpica
Qualquer toque sólido de segurança.
Desfazem-se em sinapses os atentados contra a minha sensatez,
Essa mui espirituosa donzela, que teima em querer vadiar.

Mói e mói e continua a moer
Toda a precaução que julgara, um dia, ter.
Fez-se de esquecida, a menina
E desfez-se em mil arranjinhos
Para que se conseguir desprender
Do martírio dos seus vizinhos.

Esses,
O cuidado e o bom-senso atracaram na Esperança

De um dia poderem ter, novamente, alguma perseverança.

Mas é na reticência que este receio se mantém
Pelo, pavor súbito, de não pertencer a outrem.

acerca da física quântica no meu dente.



Tenho um dente meio vivo, meio morto.

Amanhã vou pagar mais de 50 euros para que mo matem de vez.
adeus qualquer espécie de física quântica que se manifeste na minha dentição.

não quero semi-estados no meu dente.

Tuesday, October 28, 2008

acerca de T.Raumschmiere.

um desabafo acerca do último álbum de
t.raumschmiere.
Escrito a sangue quente. com possíveis lapsos de coordenação escrita e, quem sabe, literária.

i tank you – agradecemos o ponto de viragem.

Uns , sim. Outros, talvez não.
Se, para alguns o novo álbum de T.Raumschmiere é uma boa surpresa, para outros fica-se por uma revelação variada e estranha q.b. .
A esta altura, podemos argumentar a heterogeneidade sonora pela plasticidade natural do experimentalista alemão.
Percorre-se o álbum de ponta a pavio e pode voltar-se a percorrer porque o sentimento será, certamente, diferente.
Há muito para explorar neste trabalho que desde vocais em tom de hip-hop alemão misturados com sintetizadores repetitivos, a vozes que ultrapassam o melódico para roçar o neo-industrial conseguido pelos já conhecidos NIN; este álbum ultrapassa qualquer expectativa que se tivesse acerca do brainstorming do produtor polivalente.
Tenho curiosidade em ver T.Raumschmiere numa dupla com Matthew Herbert. Seria um híbrido muito curioso de (a)provar.
O lado sombrio e cru do álbum destoa-se entre qualquer tipo de instrumentalização ou materialização da composição sonora. Qualquer que seja o caminho tomado de assalto por Marco Haas, há pequenos ou totais vislumbres do lado negro de uma sonoridade que chega mesmo a parecer nostágica, independentemente de virgem ao ouvido.
Com uma aposta nas vocalizações masculinas, eis que surge uma marcha a roçar os campos do industrial, com toques de pós qualquer coisa, mantendo-se fiel a hinos facilmente decoráveis.
Mais comercial? , para um outro público? Uns concordam, outros não. Uma coisa é certa: mantém a qualidade.
Pode preencher medidas e deixar vontade de degustar de novo, a fim de encontrar ou aguçar certos paladares. E neste prato, há, sem dúvida, vários elementos para serem saboreados mais ou menos intensamente.

Sunday, October 26, 2008

some ItaloDisco.

Anos 80.
Arrojados vocais, segundo a wikipédia.


Trans X - Living on a video


Sparks - #1 Song In Heaven


La Bionda - I Wanna Be Your Lover

:D

Wednesday, October 22, 2008

dive in Devo.

Welcome to hotel DEVO.

Algumas fontes remetem-nos para:

Anos 70.
Terras americanas.
Ohio e uma qualquer referência sobre art rock.
New wave, surrealismo e criatividade.
Humor e ficção científica kitsch.

Eu cá adoro:



Devo - Whip It (Dir. Gerald V. Casale)

sair do prefácio. ponto zero.

"Eu quero entrar no teu enredo
Mas tenho medo
De não conseguir passar
Do prefácio.

É muito mau
Ler um romance
Sem sair do ponto zero.

Talvez me possas
Dar uma luz
Tudo o que eu peço é um sinal
Eu não quero o acesso
A todos os teus segredos
Mas só a alguns."

excertos de "ponto zero", Clã.

Sunday, October 19, 2008

fusão.

Boa tarde :)

Com trejeitos vocais que parecem resultar de uma fusão entre Ian Curtis e Dave Gahan, eis que surge Joshua Garden do trio Grafton Primary.




Grafton Primary - Relativity

Friday, October 17, 2008

Thursday, October 16, 2008

sexto andar.

Num dia que nasce escuro com poucas horas para o entorpecimento que se quer viver:



Clã - sexto andar

on and on.

Em resposta ao post nº5584522558 de fulana Viúva Negra gó, B.I. nº 1258749 e cujo tempo-livre passa por injuriar relações de suposta amizade de há (já!) duas décadas, a defesa delibera o seguinte:



Headman "On & On"

Sunday, October 12, 2008

domingo à tarde.

E quando não se sabe agir
Em consonância com o sentimento
Fala-se de tudo menos do próprio discernimento,
Que se deixa, imediatamente, de ter.
Porque afinal…só resta o medo de o perder.

Música de fundo: Deolinda - Não sei falar de amor.

Saturday, October 11, 2008

ai Paião Paião! - o brilhantismo , parte I.

Carlos Paião - Play-Back Eurovisão 1981


De notar a brilhante performance que faz lembrar videoclips da sociedade contemporânea de bandas feministas dos subúrbios com coreografias tão contemporâneas e tão complexamente simplistas. YEY.

Friday, October 10, 2008

cimento que entorpece.

"Sento-me e 'screvo."

Podia sentar-me e fazer muito mais. Fazer nada.
Podia recorrer à rotina quase que prazenteira
Que finge oferecer prazer,
E encontrar-me com o entorpecimento mais-que-adormecido.
Mas hoje chega devagarinho.
Quando ainda a pressão, tão dona de si, nos domina
Com uma trela invisível.
Eis que surge, primeiro, o cansaço.
Depois o pânico do cansaço não poder ter lugar,
E, por fim, o entorpecimento pós-Reflexão.
Essa, solitária e solidária para com o entorpecimento.
-Seja bem-vindo. Eu estou de cara molhada e entorpecida. E tu?
Não me respondeu. Deixou-se ficar pelo sofá.
Tão solidário comigo.
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