Monday, December 30, 2013

Era uma vez uma aldeia: a dos vovós.





"Quando se viu sozinha no meio da rua teve vontade de voltar para trás. As árvores pareciam enormes e os seus ramos sem folhas enchiam o céu de desenhos iguais a pássaros fantásticos. E a rua parecia viva. Estava tudo deserto. Àquela hora não passava ninguém. Estava toda a gente na Missa do Galo. As casas, dentro dos seus jardins, tinham as portas e as janelas fechadas. Não se viam pessoas, só se viam coisas. Mas Joana tinha a impressão de que as coisas a olhavam e a ouviam como pessoas."
(...)

"No chão, os galhos secos estalavam sob os passos, a brisa murmurava entre as árvores e os grandes mantos bordados dos três reis do Oriente brilhavam entre as sombras verdes, roxas e azuis."

excertos do conto "Noite de Natal" (Sophia de Mello Breyner A.)

Sunday, December 22, 2013

Faça o favor de entrar, querida Empatia.


E... por estarmos numa altura de "festividades" natalícias e de (re)encontros entre os vários laços (família e não só, esperando que todos possam partilhar estes momentos com alguém), uma mensagem especial.
Época, quiçá, de maior reflexão, seja por ser propícia a isso, seja por ser tipicamente de balanço. De nós próprios com os outros. Do que nos rodeia, deste nosso mundo onde e a que todos pertencemos.
 

Um vídeo, absolutamente, delicioso e inteligentíssimo sobre isso que é, verdadeiramente, a Empatia. A compaixão, essa capacidade de entendermos o outro, de nos entendermos e sermos humanos.

Pelo pensamento inspirador da Brene Brown.

E... Esperamos que até já! ;)

Saturday, December 21, 2013

As transformações: começam sazonais, tornam-se vitais.


Apesar da prática de yoga ser, essencialmente, interna, eis alguns dos benefícios e efeitos a curto, longo e médio prazo no corpo e na saúde (além da mental), numa infografia do The Huffington Post





E, precisamente, porque, o corpo tende a recolher, contrair e prender no Inverno, é necessário não descurar uma prática regenerativa, evitando hibernar totalmente, sempre que a preguiça espreita e deseja invernar um bocadinho (uma coisa é o corpo pedir descanso e respeitarmo-nos, outra é ceder, constantemente, ao natural estado mais entorpecido para onde esta altura do ano, descaradamente, nos tenta levar... :) ). 

Daí haver todo um conjunto de opções de prática (e não só!), em função da estação e daquilo que o nosso corpo pede. "Pare, escute e olhe." Parar, escutar o corpo (vá, não vale dar ouvidos àqueles pedidos traiçoeiros que nos fazem tropeçar e fugir do foco!) e agir. Se ele pedir para parar, paramos. Se pedir para alongar, alongamos. Se pedir para ser gentil, somos. Se pedir para preguiçar, venha daí a preguiça. Mas não a preguicite! ;) Contrariar o entorpecimento, por vezes, também é preciso. Se o motivo que nos conduz a essa vontade de inacção é tão falacioso que quase nos engana...! Ou o contrário. Quando não sabemos nem queremos parar. E parar, em determinadas alturas, já é acção que chegue.

Numa perspectiva ayuvervédica, fica a partilha de um artigo que funciona como mini-guia para uma melhor adaptação de cada biótipo/dosha às respectivas estações do ano. Simples e eficaz.

E, coincidindo esta publicação com o solstício desta tão mística estação, o Inverno, torna-se difícil resistir em não recordar as belíssimas palavras de Eugénio de Andrade.

"Velho, velho, velho
Chegou o inverno.

Vem de sobretudo,
Vem de cachecol,

O chão onde passa
Parece um lençol.

Esqueceu as luvas
Perto do fogão:

Quando as procurou
Roubara-as um cão.

Com medo do frio
Encosta-se a nós:

Dai-lhe café quente
Senão perde a voz.

Velho, velho, velho
Chegou o inverno."

Friday, December 20, 2013

Tuesday, December 17, 2013

E eis que o corvo se transforma em cisne.


 Esta é daquelas posturas bem desafiantes... E parece tão simples. E pode ser. Quando entendemos a questão do equilíbrio. Confesso que é das que mais me custou/custa atingir a leveza, uma vez a tensão (natural) que costumava colocar no corpo nas primeiras vezes. Mas não só nas primeiras vezes.
 

Era e é daquelas posturas que me faz suspirar e passar por todas as fases: de deslumbramento quando julgava executá-la correctamente - até perceber a batotice que fazia quando abria demasiado as pernas e assentava os braços, erroneamente, nos joelhos (há ali um ponto especial onde joelhos e cotovelos se tocam, no KAKASANA... o que significa que quando o encontramos, "AHHH, era isto!"). Frustração quando percebi que, afinal, não era bem assim e, por último, aceitação quando entendi que o desafio era bem mais interno e profundo do que a execução "física" que a postura, naturalmente, implicava. Havia alturas em que roía o lábio sempre que o meu professor dedicava grande parte da aula a esta bela postura. Mas só depois de aceitar e ir "fazendo as pazes" comigo e, consequentemente, com os receios profundos e antigos (como qualquer postura que implique a cabeça estar "pendurada" me provoca), é que comecei a tentar ultrapassar o que sentia. Não significa isto que o desafio tenha terminado. Muito pelo contrário, estava só a começar e continua, sempre que a tento fazer. Por norma, preferimos mesmo fazer aquilo de que mais gostamos, mas nem sempre aquilo que mais precisamos.

   Bem, já depois de um ano e tal a tentar executá-la, só mesmo quando caí é que perdi parte do medo e da frustração que sentia. E um conselho (que poderão encontrar, também, no vídeo abaixo) é colocarem uma mantinha à frente quando a fazem. Pelo menos, pode amenizar eventuais medos e ajudar psicologicamente! ;)


   E falo do KAKASANA/BAKASANA. Há quem a conheça pelo sânscrito KAKASANA, outros por BAKASANA. Diria que são posturas da mesma "família", variações diferentes. Em português, o mais comum será "corvo", no anglo-saxónico poderá variar, "Crow-pose" ou "Crane-pose". A grande diferença está, essencialmente, no local onde os joelhos se colocam e a dificuldade e consequentes implicações, obviamente, para o restante corpo desta própria variação.


   O Bakasana/Kakasana é uma excelente postura de equilíbrio e concentração cujos benefícios são mais que muitos, como em qualquer outra postura de yoga. Ajuda a fortalecer toda a zona abdominal (órgãos e músculos), onde reside a força do centro e equilíbrio no seu estado “mais puro” (e este é um dos “segredos” para qualquer outra postura, estão sempre a dizer-nos!). Tonifica também braços e pulsos (não obstante de cada uma dever zelar pelos seus e perceber qual o seu limite aquando da execução da postura) e trabalha, ainda, a abertura pélvica/virilhas. Podendo considerar-se uma semi-invertida, ajuda a combater a letargia, sendo assim uma “lufada” de ar fresco (como em qualquer invertida!) contra estados menos energizados. :)


   Melhor que eu, só mesmo espreitando o tutorial da professora Sandra Carson - bastante completo, por sinal - onde também são sugeridos vários exercícios de "aquecimento" para executar a postura. Convém aquecer um bocadinho, trabalhar o centro, aquecer pulsos e a abertura pélvica.


Boas (e seguras, sempre!) práticas! ;)



Sunday, December 15, 2013

sobre o amor.


"Attention is the most basic form of love."

(John Tarrant Roshi)


Saturday, December 14, 2013

"a imaginação a imaginar"


E, porque, em alturas propícias como esta, com o Outono quase a dar lugar ao Inverno, em que o vento se instala e a chuva ofusca o frio antes soalheiro e a cabeça, essa, anda no ar mais do que nunca - e nem sempre a despertar o que de melhor e de mais profundo pode viver em nós - ao menos, que ande no bom sentido, o do imaginário vivo, e não apenas ausente de tudo o que nos esquecemos, frequentemente. Como o delicioso Pina tão bem sabia e escrevia, sempre com um pé no "real" e outro no imaginário...Porque sem esse belo bicharoco - que tanto gostamos de filtrar constante e imensamente e, até de esquecer, enquanto adultos - o imaginário, onde poderá residir a nossa essência mais genuína e bela, sem ele não somos nada. 

De facto, "as melhores coisas são mesmo de ar"... Que vivamos e sejamos sempre "com a imaginação a imaginar"!


A cabeça no ar

 "As coisas melhores são feitas no ar,
            andar nas nuvens, devanear,
            voar, sonhar, falar no ar,
            fazer castelos no ar
            e ir lá para dentro morar,
            ou então estar em qualquer sítio só a estar,
            a respiração a respirar,
            o coração a pulsar,
            o sangue a sangrar,
            a imaginação a imaginar,
            os olhos a olhar
                    (embora sem ver),
           e ficar muito quietinho a ser,

           os tecidos a tecer,
           os cabelos a crescer.
           E isso tudo a saber
           que isto tudo está a acontecer!
           As coisas melhores são de ar
           só é preciso abrir os olhos e olhar,
           basta respirar."  


(Manuel António Pina)


 E assim nascia "O crocodilo de Outono" do David (com os seus recentes 4 anos), numa das oficinas criativas para crianças, no espaço BOA:


"O Crocodilo do Outono"



Thursday, December 12, 2013

o medo q reina será rei.

E, porque em tempos de medos, "o medo vai ter tudo".



"O medo vai ter tudo
pernas
ambulâncias e o luxo blindado
de alguns automóveis
Vai ter olhos onde ninguém o veja (...)"
 
(Alexandre O'Neill)



 Inspirada por um texto sobre a "Insatisfação Crónica" que paira em todo o lado por onde quer que se passe.

Tuesday, December 10, 2013

Salve, SOL!

Palavras para quê? :)

Sobre a "Saudação ao Sol" (surya namaskar) e os respectivos chakras activados aquando da sua prática.




Monday, December 9, 2013

Kicharee...! ;)

As especiarias: açafrão, cominhos, sal, coentros

Saltear os condimentos no óleo de sésamo e/ou ghee

Juntar ao feijão mung e arroz integral já cozinhados (previamente demolhados)

O KICHAREE já pronto a comer (neste caso, com couve branca cozida)





Cá está o KICHAREE, um prato indiano utilizado como desintoxicação e limpeza, sendo mesmo considerado "o alimento com maior poder de cura". Segundo o livro de Guilherme Juvenal e Diana Pinheiro, "Alquimia dos Sabores", a "tradição diz que contém todos os alimentos necessários para suster a vida".
Além do feijão mung ser uma leguminosa com elevado teor proteíco e bastante rico nutricionalmente, também "desintoxica o sangue, neutraliza a acidez e normaliza a pressão arterial, sendo também antipirético".

E, agora, as dicas para a receita (que demora cerca de 45mins).
Como já se pode ver pelas fotos, dos ingredientes abaixo indicados, o arroz integral e feijão mung devem ser demolhados entre 8-12 horas (cá por casa deixa-se durante a noite):

  • arroz integral                                                      1-2 copos
  • feijão mung                                                         1-2 copos
  • água                                                        2 xs a quantidade (aqui optou-se por mais)
  • óleo de sésamo ou ghee                                        1-2 colheres sopa
  • coentros, cominhos, açafrão/curcuma                   1 colher chá
  • sal                                                                        1 pitada  

Preparação:
  • Cozinhar primeiro o arroz e o feijão mung;
  • Colocar uma frigideira ao lume, onde se adiciona 1-2 colheres do oléo de sésamo e/ou ghee;
  • Acrescentar as especiarias, salteando-as ligeiramente;
  • Quando o arroz e feijão mung já estiverem cozinhados, adicionar o salteado e mexer bem.

Et voilà! O kicharee está pronto.

Bom proveito! :)

Friday, December 6, 2013

não se perdeu.


Porque somos a soma de tudo o que já não somos. 
Somos o que fomos, sendo aquilo que somos.


"Não se perdeu nenhuma coisa em mim.
Continuam as noites e os poentes
Que escorreram na casa e no jardim,
Continuam as vozes diferentes
Que intactas no meu seu estão suspensas.
Trago o terror e trago a claridade,
E através de todas as presenças
Caminho para a única unidade."

(Sophia de Mello Breyner A.)

Thursday, December 5, 2013

"Zen na cozinha".



Mais uma descoberta deliciosa através da Irina Verwer, quando andava a passear pelo site dela.
Desta vez, um documentário sobre Edward Espe Brown, um mestre Zen e cozinheiro.

Porque cozinhar também é descobrir e "meditar".

Wednesday, December 4, 2013

Sobre os espinafres...essa "mão verde"!


Estes maravilhosos espinafres são da hortinha... E que delícia que eles são. De textura e sabor incomparáveis a quaisquer outros. 

E a propósito dos espinafres e da sua enorme sobre-valorização, não podia deixar de partilhar um artigo interessantíssimo acerca das propriedades dos mesmos e dos seus anti-nutrientes, como os nitratos. E, já que, normalmente, são associados apenas a benefícios, por vezes, nem tudo o que luz é (só) verde... ;) 

"Os nitratos são substâncias que podem ser transferidas para os legumes através do solo e/ou fertilizantes e são nocivos para o Homem, pois quando ingeridos, transformam-se em nitrosaminas, que são cancerígenas."

Monday, December 2, 2013

"Onde está o nosso pensamento, está a nossa energia"


 Já cheguei tarde à Alfândega do Porto, onde acontecia o "Salão NATURALES MEDICINAE 2013", a primeira mostra de Medicinas Tradicionais, Complementares e Alternativas, na invicta. Aliás, foi mesmo no sábado à tarde, último dia de palestras, quando consegui aparecer e assistir a duas delas, absolutamente fantásticas.

  Das melhores descobertas deste fim-de-semana: Dr. José Duarte, Docente da Escola de Medicina Oriental e Terapêutica, cuja palestra recaiu sobre a "Medicina Tradicional Chinesa na actualidade em Portugal" e a Dra. Gogo Bela MacQuillan, terapeuta e Médica Especialista em Medicina Preventiva, que nos presenteou com uma belíssima apresentação sobre “A alcalinidade como estilo de vida” (inicialmente previsto “Alcalinidade e o Cancro mas, por motivos de força maior, o orador não conseguiu comparecer e acabou por ser a dra.Gogo a introduzir à plateia a “dieta alcalina” enquanto forma de ser).


  Sobre a primeira, diria, até, que foi mais uma belíssima chamada de atenção para toda a forma como vivemos, intoxicados, nos tempos correntes. E de como a SAÚDE é um dos maiores negócios mundiais (o 2.º até, seguindo-se ao do petróleo e, imediatamente antes ao das armas). Não querendo incidir muito por aqui - cada um poderá retirar as suas próprias reflexões e conclusões - o Dr.José Duarte fez uma abordagem interessantíssima à urgência de todos (e da própria classe de terapeutas, essencialmente de acupunctura e outras terapias integradas na MTC) quererem e conhecerem outras opções e poderem aceder ao conhecimento profundo Vs. o menosprezo e standardização generalista que, infelizmente, ainda hoje é feito por todos, inclusive pela própria classe médica (alopática). Assim por alto, além da breve abordagem sobre como Portugal acedeu, há séculos atrás a um conhecimento milenar, aquando das suas viagens e descobrimentos, e nunca o soube aproveitar, convenientemente, e de como o Ocidente em geral foi perito em tentar “manipular” determinados conhecimentos. Seja na Medicina Tradicional Chinesa, seja na Ayurveda, na Índia, pelo colonialismo inglês.


Enfim, todo um acesso a outro tipo de conhecimento, milenar, que continua encerrado e vedado à maioria. Curioso como a acupunctura até suscitou imensa curiosidade aos médicos que acompanhavam os navegadores portugueses, ainda que a investigação dos Jesuítas ficasse na Torre do Tombo, onde permanece...(?) Como diria o prof.José Duarte, não se deve brincar (e brincou!) com tanta manipulação de interesses e consequentes lobbys. 

 Se o planeta é um campo electromagnético, será assim tão difícil de compreender e aceitar (à alopatia), que o ser humano também o seja? Se ao captar-se um campo electromagnético (o que as agulhas chinesas de acupunctura fazem, feitas de aço e cobre - excelentes condutores), será assim tão estranho e absurdo que haja, assim, electricidade (logo, energia - quem quiser investigar e aprofundar pela Bioenergética e a diferença de potencial eléctricos entre o "aparelho" e o corpo) e seja isso que as medicinas (ainda chamadas de complementares e não apenas de “alternativas”, como disse o próprio terapeuta) sugiram? Como é que, há cerca de 3000 anos, os chineses tenham criado uma espécie de “antena para nos ligar ao Cosmos”? Talvez a força que a física e mecânica quântica imprimiram à ciência, "recentemente" (Séc.XX), tenham sido um fantástico contributo e validação “científica” tão necessários ao cepticismo corrente e ajudado, assim, a uma maior abertura daquilo que já é conhecimento antigo. 

  E porque, desta forma, a acção energética começa (no Ocidente) a ganhar novos contornos, o prof.José Duarte foi mesmo mais longe, terminando a sua palestra com a crença de que haverá - porque o paradigma está a mudar e todos nós somos cada vez mais exigentes (?) - medicina energética e medicina materialista e, claro, sempre numa lógica integrativas. E nunca e oposição nem de recusa, contrariamente ao que é feito pela própria alopatia.


  Parafraseando o Dr.José Duarte, “Quem tem direito à verdade, tem direito à escolha. Aí sim, há opções.



 "A alcalinidade como estilo de vida

 
  E, porque já me alonguei q.b. sobre a questão acima referida, quando previa apenas fazer um breve comentário sobre a palestra da Gogo Bela MacQuillan, até porque o vídeo abaixo (para quem se atrever a que a curiosidade possa despertar) já é esclarecedor q.b.; deixo apenas duas breves citações sobre a questão da alcalinidade como estilo de vida. Sobre a forma como vivemos, actualmente. Intoxicados. E, aparentemente, conformados com isso. 

 Uma delas pelo Nobel Albert Szent-Györgyi e a outra que se segue, em tom provocatório para reflexão:

“The body is alkaline by design, but acidic by function.”

“Apenas existe uma única doença física, a sobre acidificação do corpo, causado principalmente por um estilo de vida e alimentação anti-natural.”
  (Dr.Robert Young)


Friday, November 29, 2013

"caminante, no hay camino"


Porque não há atalhos.
E aquelas que julgamos as "caminhadas" mais fáceis revelam-se, também, as mais inférteis.



"Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace el camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.

Caminante no hay camino
sino estelas en la mar."


(António Machado)

Thursday, November 28, 2013

uma Gulodice de maçã e chocolate... ;)

E, porque também há momentos de gulodice, uma "receita" bem simples para quem gosta de momentos docinhos... :)

Muito fácil e rápido:


  • 1 iogurte de soja (sabor à escolha, para este caso concreto, o natural funciona muito bem! Mas os de limão para contrabalançar com o chocolate pode ser divinal. Se gostarem, claro...);
  • Cortar uma maçã (à escolha, as mais ácidas podem equilibrar bastante bem com o doce) e cozê-la ligeira ou inteiramente;
  • Juntar o que se preferir. Aqui por casa os cookies de milho com sabor a chocolate saem bem (sabor itenso e forte!) e/ou raspar chocolate preto ou cortar pedaçinhos bem pequeninos.

 Et voilà, nham nham! Bom proveito! ;)





Wednesday, November 27, 2013

"Chaves (científicas) para "desbloquear" a prática de yoga."

Há todo o tipo de praticantes de yoga, todo o género de intenções, um variado leque de estilos e opções. Mas, penso sempre que o bem comum passará pelo mergulho em nós próprios, a felicidade e o bem-estar. De dentro para fora. De nós para os outros. De todos para todos.
Neste sentido, e porque aqui por casa, o yoga além de veículo de e para nós próprios, a prática também vai ganhando outras dinâmicas, temo-nos debruçado bastante na descoberta e estudo quer da ayurveda, quer da própria anatomia e do funcionamento do corpo. E é assim que nos deparamos com imensas e maravilhosas (!) fontes de informação que, convenientemente trabalhadas, estudadas e aprofundadas, poderão transformar-se em conhecimento.
E como o conhecimento - apesar da dedicação e entrega individual ser decidida por cada um - só faz sentido pela partilha, algumas das “chaves” para abrir e descodificar cientificamente a prática encontram-se neste site que, como o próprio site indica, "Scientific keys to unlock the yoga practice":


THE DAILY BANDA


Por último e não menos importante, associado a esse mesmo site, um nome de referência é o médico RAY LONG, com várias publicações que merecem a atenção de quem é curioso e gosta de enveredar por este tipo de dicas... :)


Desenhos de Leonardo Da Vinci

Tuesday, November 26, 2013

Pela saúde dos nossos joelhos ;)

Um vídeo que foi das melhores dicas que poderei ter apreendido, da escola já conhecida Ekhart Yoga. Sobre a prevenção da saúde dos joelhos e (das) suas articulações. Para os praticantes de yoga (e não só), além de todos os cuidados e atenções inerentes a qualquer postura durante a prática, os joelhos são, sem dúvida, uma das zonas a ter mais cuidado. 
Quem tem bastante flexibilidade tende a "facilitar" ligeiramente algumas questões e cuidados, precisamente, pela facilidade de atingir determinados estados e/ou posturas. É essencial, talvez por essa mesma questão, que se deve redobrar a atenção aquando da prática.
Aquela dorzinha nas articulações dos joelhos (por vezes atrás, até) latente. Nem sempre muito forte mas ela está lá...Talvez seja da (má) prática e da hiperflexibilidade. 

Este vídeo foi uma das maiores e melhores ajudas. Precioso!
Boas (e seguras, sempre!) práticas! :)





Sunday, November 24, 2013

Sobre a amizade.


A amizade, assim como qualquer outro género de amor, deveria ser como a natureza: simples. Sem corantes. E os conservantes, esses, só mesmo os naturais.

Saturday, November 23, 2013

Papas de Aveia, nham nham!

As papas de aveia sob o olhar atento da felina cá de casa :)




Papas de Aveia, um pequeno-almoço deliciosamente quentinho! :)


  • Deixar as papas de aveia de molho algum tempo (pode ser de um dia para o outro, aqui por casa costumam deixar-se mal se acorda enquanto se fazem as práticas matinais e afins...até comer já passou um bom bocadinho);
  • Cozinhar a aveia com o dobro de água, mexendo sempre e adicionar uma pitada de sal;
  • Servir e juntar o que agradar mais. Por aqui as preferências recaem em alguns condimentos como gengibre raspado e açafrão, fruta aquecida (como maçã) ou quando não aquecida pedaçinhos de papaia, bagas goji, ameixas secas.
  • Para adoçicar um pouquinho, pode sempre juntar-se mel e/ou uma colherzinha de doce (sem glúten ou com baixo teor de açúcar) do sabor que se preferir.
  • Para os mais "cremosos", pode sempre acrescentar-se um bocadinho de bebida de aveia/espelta/kamut, a gosto.

Et voilà, um saboroso e quente pequeno-almoço para este Outono! Bom proveito! :)

Sobre os benefícios destas opções para o pequeno-almoço (que muitos poderiam dizer "ayurvédico"), ler as dicas do Dr.Frawley neste artigo, "Breakfast of Yogis"



Friday, November 22, 2013

Um desafio bem guerreiro... :)

(Estava eu a publicar esta mensagem quando perdi o rascunho da mesma. Tudo o que tinha escrito, espontaneamente, plof. Desaparecido!
Vamos lá tentar outra vez, de forma semelhante mas nunca igual, claro, e não desistir. O que nos pode conduzir a outro género de questões...Irónica e curiosamente, a postura que partilho neste post trabalha, essencialmente, a força e coragem. Então, não faria sentido sucumbir a alguma distração minha e à aleatoriedade dos rascunhos não guardados do blogger...)


Uma postura guerreira e desafiante, da escola Ekhart Yoga. Uma escola (também online) que, felizmente, partilha genuínamente dicas e práticas de yoga para todo o género de preferências e necessidades, sem nunca descurar a tão urgente e necessária segurança. Claro que para aceder a todos os conteúdos implicará outras obrigações (confirmar opções no site) mas há vários vídeos gratuítos disponíveis (na plataforma abaixo), podendo sempre apreender-se algumas dicas e posturas, encadeando-as na nossa prática pessoal, em função dos nossos objectivos e maiores necessidades, mediante, logicamente, a nossa mais profunda intenção. Esta escola com tão genuínas dicas e partilha contraria, asssim, os vários vídeos que podemos encontrar nos meandros da net, onde a pedagogia, segurança e consequente conhecimento não são seguramente a prioridade. Um obrigada bem grande a iniciativas como esta. :)

Sobre a postura abaixo, em vídeo, pela fantástica Esther Ekhart, alguns benefícios que me parecem bem plausíveis: 

  • É uma postura de coragem e guerreira (em que além da respiração ser fundamental em qualquer movimento e postura para a sua execução), esta concretamente trabalha simultaneamente várias vertentes como a zona abdominal (como várias posturas), logo, obriga ao tão necessário equilíbrio e força do centro. Trabalha de forma bem eficaz toda a abertura pélvica e, consequitivamente, região sacral, onde por norma, se acumulam todas as tensões e demais energias, sendo esta a zona primordial e central do nosso corpo. Trabalha, essencialmente, equilíbrio e não apenas força de braços (bom para quem precisa de remover alguns receios e medos), como poderão pensar a priori, sem que isto signifique, logicamente, que a fortificação dos braços não seja inerente a esta postura. É, claro. Simplesmente não define a capacidade para a conseguir fazer. Força anda de mãos dadas com equilíbrio e essa permissa foi algo que os yogis iniciais podem demorar (mais ou menos tempo) a entender... (Eu demorei algum e continuo a dar cabeçadas quando me esqueço disso mesmo... :) )

E (enquanto apenas praticante e facilitadora de yoga para crianças e não professora), atrevo-me a dizer que começar pelo bakasana (corvo) será ideal (para trabalhar tudo o que já foi dito em cima) e que esta linda postura pode, também, ser uma enorme ajuda para o (já avançado) mayurasana (pavão). In some way. 

Eka Pada Koundinyanasana II, uma postura, indiscutivelmente, desafiante e bem guerreira. Trabalha a coragem, assertividade e força interior. Remove algum eventual desânimo, dissipa inseguranças e energias estagnadas. Dá-nos aquela endurance tão urgente e transversal a todos os aspectos da nossa vida.

Boas (e seguras, sempre!) práticas! :)



Monday, November 18, 2013

serindipidade...será (mesmo) por acaso?

 "O acaso só favorece a mente preparada." (Louis Pasteur) 

Porque as coisas boas são mesmo para partilhar. Estava a espreitar umas receitas e ler uns artigos quando me deparo com esta frase,
" Nos templos Zen tradicionais no Japão e China, por exemplo, os cozinheiros eram os monges mais avançados do templo, e a culinária era apelidada de “arte para o desenvolvimento da consciência”. " *

Já Hipócrates dizia algo como, "Que a comida seja teu alimento e o alimento tua medicina".

E o tal projecto interessantíssimo é a MacroExotic! ;)


* a frase acima parafraseada está no artigo, "Comer Bem", de Francisco Varatojo.

Friday, November 15, 2013

"andamos aqui a dar empurrõezinhos uns aos outros sem sabermos..."

A propósito de um blog inspirador que, gentilmente, partilharam comigo há muito pouco tempo, vou "parafrasear" uma frase já conhecida mas, muitas vezes, esquecida... ;)


Tuesday, October 15, 2013

Friday, July 5, 2013

inspira, expira.

 "Wheat fields at auvers under clouded sky" (Van Gogh)

respirar.

Sunday, June 16, 2013

"A banalização é sempre tarefa de quem banaliza e não do objecto banalizado."

Um domingo pouco soalheiro e um passeio pela web. Coisa fantástica, a aleatoriedade da(s) rede(s). 
Um feliz encontro com este texto do José Luís Peixoto. E que vontade de partilhar.


Luta de classes

Não contem comigo para defender o elitismo cultural. Pelo contrário, contem comigo para rebentar cada detalhe do seu preconceito.

A cultura é usada como símbolo de status por alguns, alfinete de lapela, botão de punho. A raridade é condição indispensável desse exibicionismo. Só pertencendo a poucos se pode ostentar como diferenciadora. Essa colecção de símbolos é descrita com pronúncia mais ou menos afectada e tem o objectivo de definir socialmente quem a enumera.

Para esses indivíduos raros, a cultura é caracterizada por aqueles que a consomem. Assim, convém não haver misturas. Conheço melhor o mundo da leitura, por isso, tomo-o como exemplo: se, no início da madrugada, uma dessas mulheres que acorda cedo e faz limpeza em escritórios for vista a ler um determinado livro nos transportes públicos, os snobs que assistam a essa imagem são capazes de enjeitá-lo na hora. Começarão a definir essa obra como "leitura de empregadas de limpeza" (com muita probabilidade utilizarão um sinónimo mais depreciativo para descrevê-las).

Este exemplo aplica-se em qualquer outra área cultural que possa chegar a muita gente: música, cinema, televisão, etc. Aquilo que mais surpreende é que estes "argumentos", esta forma de falar e de pensar seja utilizada em meios supostamente culturais por indivíduos supostamente cultos, e só em escassas ocasiões é denunciada como discriminadora do ponto de vista sexual ou social.

Isso são livros de gaja, dizem eles. Às vezes, para cúmulo, há mesmo mulheres que dizem: isso são livros de gaja.

A raiz da minha cultura não pertence ao elitismo. Tenho orgulho das minhas origens, do meu avô pastor, do meu pai carpinteiro, como outros têm orgulho dos seus longos nomes compostos.

Depois de um trabalho que encerre convicções profundas, que tenha em conta os princípios da sua área artística, que seja consciente da história dessa área e que faça uma proposta coerente e inovadora, acredito na divulgação o mais ampla possível.

Esconder uma obra em tiragens de 300 exemplares não lhe acrescenta um grama de valor artístico. Quando essa falta de divulgação resulta de uma escolha, pressupõe, quase sempre, falta de consideração pelo público, a crença de que um público mais vasto seria incapaz de entender tamanha sofisticação.

Acredito que a poesia pode ser publicada em caixinhas de fósforos, escrita com trincha ou spray nas paredes, impressa em t-shirts, afixada no facebook. Em qualquer um desses lugares, será diferente, mas em todos continuará a ser poesia.

É ridícula a ideia de que a divulgação deturpa. A banalização é sempre tarefa de quem banaliza e não do objecto banalizado. Quem não for capaz de convocar os seus sentidos e a sua razão para apreciar uma determinada obra, apenas por acreditar que se encontra muito difundida, tem problemas graves ao nível do espírito crítico e da isenção mais básica. Esse é um daqueles casos em que se aconselha a lavagem de olhos. É aí que reside a deturpação.

Admiro o povo ao qual pertenço. Não o povo mitificado, admiro o povo quotidiano. Gosto de ir a feiras. Gosto de comer frango assado com as mãos. Devo tanto à cultura deste povo como devo a Dostoiévski. Há alguns meses, a personagem de uma telenovela citou um poema escrito por mim. Toda a gente da minha rua viu e ouviu. A minha mãe ficou orgulhosa e eu também.

Chamo-me José ou, se preferirem, Zé. Desprezo o elitismo. O verbo não é exagerado, adequa-se bem ao que sinto.

Hei-de sempre divulgar o meu trabalho na máxima dimensão das minhas capacidades. Devo esse esforço à convicção que tenho naquilo que escolhi dizer. Fico feliz se vejo os meus livros disponíveis em supermercados, estações de correios, bombas de gasolina ou bibliotecas públicas.

Aquilo que faço não existe sozinho, precisa de alguém que lhe dê sentido, o seu próprio sentido e interpretação pessoal. Se uma árvore cair sozinha na floresta, sem ninguém por perto, será que faz barulho? Por esse motivo, o esforço de divulgação é também uma mostra de respeito para com essas pessoas, é um sinal da minha crença nelas e no seu valor. Exactamente como estas palavras, que existem porque estás a lê-las.

Escrevo romances, a minha força de vontade é enorme. Tenho 38 anos, conto estar por cá durante bastante tempo. Tenho ainda muito por fazer. Habituem-se. Não tenho medo.

José Luís Peixoto, in revista Visão (Maio de 2013)

Monday, March 11, 2013

Essa, a memória.

A memória pode ser um vislumbre, uma impressão, uma partida que o ego não queira assumir. A inexistência de memória alguma. A franqueza de uma construção inconsciente selectiva ou a hipocrisia do sub-consciente. 
  A memória, essa que desdenha de nós, das nossas acções quando o seu companheiro, "o esquecimento", grita.

  Essa, a memória, faz de nós heróis ou vítimas. Bons ou maus. Comuns ou especiais. Prega-nos partidas, devolve-nes sorrisos, provoca-nos desconfortos ou conforta inseguranças.
        
 É manhosa, traiçoeira, mas também amiga e companheira. Para o melhor e pior, depende dos mecanismos, das pré-disposições, dos processos que contribuem para padrões. 
                Actua no sítio certo ou não. Confunde-se com indolor. Tem um efeito adrenalina, nostálgico ou, simplesmente, quando falha, deixa-nos sem norte.
Causa constrangimentos, também, e por vezes.

 A memória, ainda que trabalhada, faz-nos tropeçar.
É um tratado de emoções, tropeções e músculo.


(inspirada por um excerto de um livro de J.Rentes de Carvalho)


Fev.2013



Friday, February 22, 2013


Há alturas em que o melhor é mesmo inverter posturas.
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