Sunday, December 16, 2007

Sunday, December 9, 2007

Era uma vez 64 e um festival de microfilmes.

Numa era de “fast-tudo”, torna-se urgente criar plataformas que incentivem e permitam a aplicação da criatividade num tempo em que o próprio tempo é escasso.

Microfilmes para uma era de micro disponibilidade.

A quantidade de curtas e amadoras produções audiovisuais cresceu exponencialmente nos últimos anos. O público mudou e transforma-se, grande parte das vezes, no próprio criador das ditas produções. Qualquer pessoa pode, actualmente, criar e publicar o seu trabalho nas mais diversas pranchas tecnológicas: blogues, youtube, myspace e afins são potenciais expositores para o olho alheio.

O festival Microfilmes abriu, portanto, mais uma porta, tanto à micro como à macro criatividade.

64



Não foram precisas câmaras, nem luzes, nem propriamente acção. Apelava-se apenas à vontade de criar na primeira edição do festival, promovido e organizado pelas Produções Fictícias, S.A.

Lions for lambs.


O recente filme do Robert Redford, "Lions for lambs" dá-me vontade de (re)ler Chomsky.
Dá-me vontade de encolher os ombros.
Estou cansada deste, se antes subtil, agora mais que flagrante, terrorismo (i)moral, como que lobo em pele de cordeiro.
Faz-me quase apetecer que o "cordeiro" seja a nova mascote do McDonald's.

Tuesday, November 27, 2007

"Comunicação"


Fez ontem um ano que o brilhante Cesariny nos deixou.

E deixou-nos uma valiosa arca de palavras ritmadas em danças poéticas, que só ele sabia coreografar.

Até sempre, Cesariny. *


Nesta ilusão iludi-me.

A hora da vida já

Soltou uma gargalhada

E saiu pela janela.


.....................................

O automóvel verde

Vestido de lilás.


...................................


Fiz da vida ida.

Fiz da morte volta

Gága, gága, gága.

Fiz de pedra tudo.


(Alexandre O'Neill, António Maria Lisboa, Mário Cesariny, Mário de Sá Carneiro, Pedro Oom)

Monday, November 26, 2007

Eu e o meu sofá.






Eu e o meu sofá mantemos o incesto
desfeito em esperanças vãs e cruéis. Eu e o meu sofá guardamos a memória bem perto do chão, para nos lembrarmos que só se rasteja no chão. Eu e o meu sofá soltamos a surdez acumulada em longos ou curtos interregnos desta correria. Eu e o meu sofá já não acreditamos.







Infelizmente este não é o meu sofá. Foto de Ye Rin Mok.

Sunday, November 18, 2007

São 5 cêntimos por fotocópia.

O meu primeiro filme de luvas.


"A Outra Margem", o meu primeiro filme de luvas.
Personagem bem definida e trabalhada por Filipe Duarte.

Maria D'Aires (não) surpreende pelo seu brilhante desempenho já nos exigir que exijamos dela o empenho e profissionalismo a que nos acostumou. E nos presenteou, novamente.

Tomás Almeida, vivacidade plena.
Destaco a banda sonora que me acolheu, tão gentilmente, num final de dia deste Novembro de vento gélido.

Um filme doce neste frio nada precoce.

Monday, November 12, 2007

L'Homme aux bras ballants.


Com música de Yann Tiersen, sabe sempre bem recordar. Fabulosa.




O meu apartamento.


O meu apartamento não está voltado para o mar.

O meu apartamento tem uma vista verde. Verde alface deslavada. Alface que queimou ao sol mas ainda não está amarelada.
O meu apartamento vê um conjunto de azulejos, que estão espalhados de forma a que qualquer vizinho de uma instituição mental, vulgo sanatório, se sinta confortável ao ver.
O meu apartamento percorre uma quantidade absurda de monóxido de carbono da maneira mais iludida possível que o falso valor de uso consegue preencher.
O meu apartamento está numa rua com dois vultos nocturnos e não noctívagos, no mais comum sentido da palavra.
O meu apartamento está sobre as casas estranhas e torna-se actor da curiosidade voyeurista de quem sobe a persiana do outro lado da rua.
O meu apartamento contempla a solidão de todos os que habitam os hábitos da rotina.

Saturday, November 10, 2007

fully (dis)connected.

Sento-me enquanto escuto.
Está escuro e a luz é lânguida.
Desconexa de si mesma.


Se um dia pudesse explicar a longitude das minhas acções, talvez se pudesse depreender a curta longevidade que elas podem assumir.
Uma pausa no caminho nem sempre é aceite, há que correr e correr. Correr, correr, correr.
Perceber, fingir entender, acumular conceitos sem sequer os compreender. Correr, só correr.
Há pausas paradas em que se pára mesmo. Em que se senta a inquietude, passeia-se a densidade mental até ela ebolir ao ponto de se desfazer da própria condensação inquietante.
Tanta condensação de conceitos e preconceitos faz mal. É preciso desfazermo-nos deles para obter alguma consolidação do sentimento.


Desfazer, correr.
Correr e desfazermo-nos.

"Push down...gently...but firmly...until the body is fully connected..." [sabe sempre bem recordar] ...


Micro Audio Waves - fully connected

Thursday, November 8, 2007

Um Parabéns Privado...a ELAS!

Parabéns, meninas.
Pelo que se construiu e o que ainda falta. *

"(...) Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto."

F.Pessoa in " Impressões do Crepúsculo I "

Wednesday, November 7, 2007

Will you marry me, Erlend Oye?

O norueguês Erlend Oye regressa com um novo projecto: The Whitest Boy Alive.
"Dreams" foi-se tornando banda sonora de mim.
E quem não conhece já todas estas ilusões ópticas?:)



The Whitest Boy Alive - golden cage

Sunday, November 4, 2007

"Cultura teutónica", Ricardo.

"Até se denota um certo minimalismo brechtiano." R.
Eu diria antes, uma autêntica PÉROLA do arquivo do electro.


Sunday, October 28, 2007

LOL.


Desculpem a terminologia cibernética mas só tenho uma "sigla" para isto: LOL.


Os Sopranos ?

Ricardo Araújo Pereira e a sua acidez.

Ricardo Araújo Pereira no seu melhor: demasiado ácido.
in Visão, nº 764, 25 Outubro 2007

Saturday, October 27, 2007

Para amantes e simpatizantes de WhoMadeWho...

Motivada (e entusiasmada) pelo brilhante concerto de WhoMadeWho, ontem, no Indústria (Porto), achei interessante este vídeo. É uma breve apresentação daquilo que podemos encontrar no DVD "MINISTRY OF SOUND 2007".
Destaque neste vídeo para os nórdicos que aqueceram, ontem, a noite (já fria) da Invicta. :)


Wednesday, October 24, 2007

jogo de perna.

Ao recordar Metric, lembrei-me deste famoso jogo de perna(s). - específico para fãs de Metric.
(A qualidade do vídeo é p-é-s-s-i-m-a.)
Metric - Dead disco



A terra do "sempre à esquerda...".

Fim-de-semana.
Domingo.
Era preciso um sítio para passear a Goa.
Aventura pelo monte. Para o caso de se perderem num qualquer monte entre o Porto e Santo Tirso, virem sempre à esquerda - conselho dos habitantes locais.
Apresento-vos "o monte":

Encontram-se coisas estranhas no meio do mato.


Se a Jessica Rabbit cantasse no monte, já tinha pianinho e até echarpe.













Para o cansaço, um skate também ajuda a descer o monte. E nem precisam de levar, basta encontrá-lo. :)










Apresento-vos a protagonista da viagem ao monte: Goa.


A Goa explorou...

Eu aventurei-me e, perdoem-me a expressão, caguei-me toda no monte:




















Ao ponto de atrair muscae volitantes , vulgo "moscas esvoaçantes" a pousarem no meu braço...















Enquanto outros seres limitavam-se a aproveitar a composição natural do campo...
















É só uma questão de transgredir as barreiras da cidade e conseguir ultrapassar as do campo.


Foi um domingo num qualquer monte, quando nos perdemos a caminho de Mindelo, no final de Outubro.

Sunday, October 14, 2007

Ingrid Eto - Zero 7 [Casa da Música, 11 Outubro]

Não me apetece escrever sobre o concerto do novo projecto de Zero 7. E não é desmotivação oferecida pelo concerto, é apenas resultado do cansaço de um fim-de-semana pesado que não serviu para descansar.
Que quem passe neste blog seja um pouco mais atento e interessado que o público que encheu a sala 2 da Casa da Música na quinta-feira passada...
Para quem foi ao concerto no Porto, sabe aquilo que viu (caso não pertençam ao grupo de pessoas que foi abandonando a sala, um facto curioso que não consegui perceber).
Deixo apenas um dos registos visuais e sonoros que o telemóvel, pessimamente, conseguiu captar.
Dentro dos possíveis, apreciem:





Monday, October 8, 2007

"Malgré Nous, Nous Étions Là"


Era uma vez a dança...


Ironia, sarcasmo, humor camufladamente flagrante, leveza, magreza subtil e cheia de forma, domínio perfeito das regras para serem quebradas, tropeções perfeitos, elasticidade natural é aquilo que me ocorre quando penso no espectáculo da Companhia Paulo Ribeiro, no passado sábado, no TNSJ: “Malgré nous, nous étions là”.

Afinal de contas o que é a dança contemporânea? Toda a ironia utilizada durante os 55 minutos por Paulo Ribeiro e Leonor Keil serve para (não) nos responder a essa questão e o público percebe e solta gargalhadas.

Segundo palavras do próprio coreógrafo, “A questão de decifrar a dança ou de procurar uma narrativa na coreografia tornou-se, em certa medida, uma obsessão (...) A seu modo, há aqui um gesto provocatório e despistante – é como se disséssemos “nós não estamos a dizer nada” querendo na verdade dizer tudo e contar uma série de coisas (...)”.

“Nós não estamos a dizer nada”, dizendo tudo, criticando tudo, e fazendo do objectivo da dança contemporânea (que será “perturbar”?,”provocar”?,”fazer pensar”?), o objecto de ironia de todo este trabalho.

A osmose entre Paulo Ribeiro e a sua mulher, a bailarina excepcional Leonor Keil, torna-se controversa quando a dualidade de ambos adopta diferentes posturas perante a pergunta “Em que plano situam o vosso trabalho?”. Paulo Ribeiro sente-o como crítica e reflexão sobre o que é, de facto, a dança contemporânea, como descodificá-la. Para Leonor, “esta peça é uma peça sobre amor, beleza, relação de homem/mulher, irmão/irmã e toda as milhentas histórias que se podem gerar entre duas pessoas de sexos opostos que se encontram.”

Apesar das diferentes visões e perspectivas, a dupla encarna e traduz perfeitamente a união num cenário submersamente aquático.

Paulo Ribeiro e Leonor Keil juntos, cúmplices e suspensos numa peça que tudo diz sem nada ser dito directamente.


[citações directas e dados retirados do manual de leitura oficial do TNSJ sobre a peça “Malgré Nous, Nous Étions Là” ]


Friday, October 5, 2007

Festival "Se esta rua fosse minha...", Plano B


Hoje, das 14h às 00h podemos assistir, na Rua Cândido dos Reis, a variadas performances do festival "Se esta rua fosse minha..." organizado pelo espaço Plano B.
Teatro, instalações, dança, música, vários instrumentos de percussão são algumas das ofertas que esta rua oferece a quem por lá passar hoje.
Aqui ficam alguns registos do tempo que estive lá, hoje à tarde.
Se alguém do Porto vir este blog atempadamente, que siga a sugestão e sinta a percussão desta rua sombria da invicta, que hoje está bem mais quen
te. :)


Nesta rua até os paralelos ganham vida.

Oferecem-se abraços.


Arte nova na rua que hoje é de todos.









E quem se quiser sentar...nem tem de esperar.









Assim, a percussão pode passar.







Quem se quiser sentar...









Ou simplesmente conversar...








Ou ainda...



































































Para terminar, perdoem-me a péssima qualidade do vídeo mas é mesmo o único registo que tenho...


Sr. Outono

Bom dia, Sr. Outono.
Dormiu bem?
Por aqui tudo vai andando, uns dias com o sol mais tímido, outros com ele mais distraído.
Não tenho tido grande tempo para reparar em si mas posso-lhe dizer que sempre que nos assalta aquela corrente, sabe tão bem apertar o casaquinho!
Tenho passado bastante tempo em transportes e sempre com um "companheiro" mais que morno.
Armando Teixeira aquece as manhãs submersas em brisas de outono.



Balla - o fim da luta





Thursday, September 20, 2007

desistência.

no surprises after all...






Radiohead - No Surprises

Friday, September 14, 2007

Sexta-feira à noite.

Primeira sexta-feira à noite em época de aulas.
Deliciem-se... :)




Beirut - Nantes (live in Paris)

Thursday, September 13, 2007

Ano lectivo 2007/2008.


Amanhã é o 4º dia de aulas, entro às 15h.
Ainda cheira a início de ano lectivo: muito sol. Já não são férias mas ainda não são aulas.
Bolonha trouxe dores de cabeça e entusiasmo.
O sol aquece os tempos mortos e as poucas pessoas que circulam pelas salas e anfiteatros precisam desse sol.
Estou a gostar.
Hoje acordei e passei o dia com esta música na cabeça:



Camera Obscura - Lloyd, I'm ready to be heartbroken. :)


Wednesday, August 29, 2007

Grow up and blow away.

De regresso à Invicta, após nem uma semana no interior do nosso país (onde o tempo pára), só me apetece dizer isto:

If this is the life

Why does it feel so good to die today?


Sunday, August 19, 2007

Os rebuçados do Anti-Pop 2007...!


A bela da Magda ... :)



Mesmo para acabar em beleza... Ata .. :)


Wednesday, August 15, 2007

ANTI-POP 2007.

Eis que regresso do Anti-Pop...
Depois de 3 noites de pura electrónica da melhor e sem registos fotográficos dos fantásticos momentos, deixo-vos a única coisa que resta.
Passeios pelas ruas sombrias de Viana, pela marginal e a ponte em obras, pela esplanada "Reflexo" e as suas sobremesas (que não provámos!), pela espera ansiosa da ida para o recinto.

Anti-Pop 2007: a melhor experiência electrizante deste ano.

Valeu a pena esperar por Paul Kalkbrenner! Ai ai, valeu realmente a pena. Extrawelt? Excelentíssimo live, mais uma vez a prova de que os alemães se são bons em alguma coisa, é em música electrónica! Gui Boratto ao amanhecer foi delícia há muito aguardada enquanto o Vargas se expandia no seu set. Quanto aos restantes, Expander, mais uma vez se comprovou o bom gosto dos seus sets , R. Hawtin Troy Pierce, Ata, Gaiser preencheram as expectativas! O concerto de Matthew Dear's poderia ter resultado melhor noutra hora do line-up, o público pedia e ansiava kicks no meio daquele lounge sexy que se podia apreciar a horas desenquadradas. Ellen Allien&Apparat tiveram duas falhas, digamos que lastimáveis, mas aguentaram o barco e a viagem correu bem. Os parabéns, também, a Invaders pelo brilhante VJ com que nos presentearam.

Em suma: óptima música! A Ofir Produções está de parabéns pelo line-up apresentado. A partir de agora, ficámos mais exigentes...Habituaram-nos mal! Eheh...
Para melhorar e comemorar ainda mais o evento, fiz anos no dia 10. Que mais poderia desejar para o meu dia de anos do que ver a Magda a uns metros de distância? ;)
O único registo fotográfico destes dias em Viana são estes que vos deixo a seguir...Não há nenhuma foto do recinto do festival, mas também basta googlar um segundo e encontram várias. Posso apenas terminar, dizendo que todas as memórias ficam alojadas nos recantos da nossa cabeça e nas saudades que o nosso corpo tem de aproveitar a música como processo terapêutico!

Até para o ano, Viana do Castelo! *

Recém-chegadas ao Anti-Pop. Deixámos a nossa marca no chão de Viana.

Passeámos pelas ruas de Viana, sombrias e estreitas, com gatos à espreita.

A curiosidade fez-nos abrir alguns portões...


A curiosidade dos outros despertou-nos curiosidade.



Por fim, no Anti-Pop era proibida a entrada a menores de 16 anos.


Já que não pude ser eu a filmar, ficam aqui algumas sugestões. Valeram bem a pena!

Magda

Monday, August 6, 2007

E que há no Ikea?

Algo parecia ter aterrado ali...Um cubo? Uma caixa? Um contentor? ... Outra Casa da Música?!...



Parámos o carro. E agora?

A hesitação...

O terror...

Entrámos.
Movimentações por entre a espécie.
Conceito: como sentir-se em casa num acampamento cigano?


Mesmo assim, deixámo-nos sucumbir ao mundo lego sueco.




Qual será o tesouro do Ikea?


Procura-se em todo o lado.


Arranjam-se pistas!


Continuando a busca ao tesouro e de compras na mão, eis que surge uma cantina.
Os portugueses que em nada se adaptam ao ritmo europeu, respeitam surpreendemente o costume estrangeiro.
No que diz respeito a comida, os nossos tuguinhas até se adaptam bastante bem aos horários nórdicos. Jantar às 18h00?Ready,set,go!




Canapé de Gambas-Ikea-Matosinhos.

E à sobremesa:

Fake.


Not fake.


Perguntavam vocês ...e que há no Ikea?

(Comida, é certo que há!)


De saida...no terminal do aeroporto.


A saga da comida continua...









Apesar de saco cheio (de artigos de exposição, pelos vistos), só conseguimos sair com o (nosso) tesouro!





Fim.



N.B. :

Este episódio teve como verdadeiro objectivo estudar o c
omportamento da tribo cigano-periférica do Grande Porto. Queríamos seguir as suas deslocações e o seu consequente aprazimento por armazéns "família XXL".
* Certificado pela Comissão Nacional de Estudos Comportamentais por Blogs da Treta - CNECBT *

Licença Creative Commons
Esta obra foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição-Proibição de realização de Obras Derivadas 2.5 Portugal.