Monday, March 11, 2013

Essa, a memória.

A memória pode ser um vislumbre, uma impressão, uma partida que o ego não queira assumir. A inexistência de memória alguma. A franqueza de uma construção inconsciente selectiva ou a hipocrisia do sub-consciente. 
  A memória, essa que desdenha de nós, das nossas acções quando o seu companheiro, "o esquecimento", grita.

  Essa, a memória, faz de nós heróis ou vítimas. Bons ou maus. Comuns ou especiais. Prega-nos partidas, devolve-nes sorrisos, provoca-nos desconfortos ou conforta inseguranças.
        
 É manhosa, traiçoeira, mas também amiga e companheira. Para o melhor e pior, depende dos mecanismos, das pré-disposições, dos processos que contribuem para padrões. 
                Actua no sítio certo ou não. Confunde-se com indolor. Tem um efeito adrenalina, nostálgico ou, simplesmente, quando falha, deixa-nos sem norte.
Causa constrangimentos, também, e por vezes.

 A memória, ainda que trabalhada, faz-nos tropeçar.
É um tratado de emoções, tropeções e músculo.


(inspirada por um excerto de um livro de J.Rentes de Carvalho)


Fev.2013



Licença Creative Commons
Esta obra foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição-Proibição de realização de Obras Derivadas 2.5 Portugal.