Thursday, December 18, 2014

gato.

Gato



Que fazes por aqui, ó gato?
Que ambiguidade vens explorar?
Senhor de ti, avanças, cauto,
meio agastado e sempre a disfarçar
o que afinal não tens e eu te empresto,
ó gato, pesadelo lento e lesto,
fofo no pêlo, frio no olhar!

De que obscura força és a morada?
Qual o crime de que foste testemunha?
Que deus te deu a repentina unha
que rubrica esta mão, aquela cara?
Gato, cúmplice de um medo
ainda sem palavras, sem enredos,
quem somos nós, teus donos ou teus servos?

Alexandre O'Neill

Friday, November 28, 2014

"rega as tuas plantas"

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra

De árvores alheias.

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós próprios.


Suave é viver só
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.


(Ricardo Reis)

Wednesday, November 26, 2014

conhecimento 1 - ego 0

E, a propósito de um texto de um amiga, sobre a espiritualidade em cada um de nós, cheguei a esta bela frase do Einstein:


Friday, November 21, 2014

fugir do que mais se precisa.



Desafio: o que é?

desafio | s. m.
1ª pess. sing. pres. ind. de desafiar

de·sa·fi·o 
substantivo masculino
1. Acto de desafiar.
2. Provocação.
3. Porfia.
4. Despique.
5. Jogo, peleja, partida.
6. [Brasil]  Folguedo sertanejo em que se canta e dança ao desafio.

"desafio", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/desafio [consultado em 21-11-2014].

O YOGA, no seu sentido mais lato, pode ser muita coisa, entre uma forma de estar e de viver mais disponível, consciente e desperta. De mente e coração abertos, um caminho de auto-conhecimento para quem “não tem pressas”, como costuma uma amiga inspiradora. Pode ser um desafio constante e arrisco-me a dizer que deverá sempre sê-lo (como tanta coisa na vida!), se nunca perdermos a humildade em querer aprender mais e a conhecermo-nos um bocadinho melhor. 

O denominado HATHA YOGA, que usa o corpo como o veículo para atingir outro estado, quiçá, uma determinada elevação espiritual que visa a união entre mente e corpo (tantas vezes tão distante, dado tantos estímulos nos tempos velozes que vivemos) compreende técnicas como a prática de asana (posturas físicas), pranayama (exercícios de respiração) e krya (exercícios de purificação dos órgãos/corpo). No Ocidente, e porque a palavra “Yoga” se banalizou de tal maneira a que se confunda e limite a origem da mesma à prática de um conjunto de exercícios físicos, por vezes, nem sempre é fácil conseguir desconstruir essa mesma ideia. Como tal, e pela proliferação da ideia do Yoga enquanto prática meramente física, à luz do Ocidente, há muito que se tornou “moda” adoptar-se técnicas de determinadas escolas, como que religião. O Yoga pode, sem dúvida, ser a nossa religião. Que o seja. Desde que consciente e humilde, sem fanatismos de outra ordem à mistura. Como tudo, em prol do equilíbrio e sem violentações de qualquer espécie (ou referindo um dos princípios éticos, em sânscrito, praticando a não-violência, “ahimsa”).
E, como em tudo na vida, tendemos a descobrir e experimentar as coisas e, depois, à medida da nossa aprendizagem, continuamos a percorrer o nosso caminho, para que a evolução aconteça e seja algo não estanque, preferencialmente. Como tudo que é impermanente, também o nosso estado perante as coisas o é.

É natural que quando iniciamos determinada caminhada, o façamos porque faz sentido para nós, com determinadas pessoas porque faz sentido para nós, em certo momento da nossa vida porque faz sentido para nós. Tudo porque algo faz sentido para nós, mas mesmo quando não o faz nesse preciso momento, ou seja, mesmo quando não percebemos o porquê, mas apenas sentimos que precisamos de o fazer, há um sentido nessa intenção, ainda que desconheçamos ou compreendamos a verdadeira essência do acto. Quando comecei o meu percurso com o meu antigo professor de yoga, fez e fazia todo o sentido. Aprendi muito com ele, gostava das aulas, inspirava-me, deixava-me a pensar... Foi uma pessoa que me introduziu ao Yoga de uma forma marcante, quer pelas práticas, quer pela própria personalidade. Mas, da mesma forma que vamos mudando durante a nossa vida, quer hábitos, quer comportamentos quando percebemos que está na altura, caso tenhamos energia e disponibilidade para tal (ainda que entre a percepção e a acção possa, por vezes, existir um grande hiato temporal), também nas nossas práticas pessoais, sentimos necessidade de mudar algo. Não significa que deixemos de gostar de X ou Y, neste caso, da pessoa em si. Da pessoa que nos inspirou, que nos marcou. Já somos nós a mudar internamente e o que numa altura fazia sentido, pode deixar de o fazer, ou simplesmente, podemos precisar de outra abordagem. Para que aquilo que julgamos ser a nossa aprendizagem possa continuar. E não há nada de errado com isso, desde que sejamos sinceros connosco, com o que sentimos. E, naturalmente, as coisas mudam perante as próprias mudanças em si, ou seja, há desafios, há novos códigos comportamentais, há novos processos a desenrolarem-se, há todo um novo mundo para descobrir e aprender a estar.

Quando se está habituado a práticas vigorosas, ou quando se passa vários anos a praticar num determinado registo, é natural que quando confrontados com outro género/estilo de prática, nos sejam colocados alguns desafios. Também as reacções vão variar em função da pessoa. Uns ficarão entusiasmados em experimentar outra coisa, outros ficarão reticentes, outros poderão mesmo sentir-se desconfortáveis e questionar o que estarão ali a fazer. Quando orientava aulas para crianças, nunca me foi perguntado em momento algum que “estilo/género” de Yoga praticava. Isso mudou quando passei a dar aulas a adultos. Tal como em tudo na vida, quando crescemos, aprendemos a usar filtros (e tantas vezes lá vai o imaginário!) em muitos aspectos da nossa vida. Esses mesmos filtros que nos protegem em muitas situações, também nos limitam as experiências, e se só conseguirmos ver a vida através deles e nunca os mudarmos podem impedir a nossa (tão necessária!) adaptação. Com a minha amiga inspiradora e actual professora de Yoga tenho aprendido muita coisa e estou, constantemente, a ser desafiada. E além da prática e das aulas, durante o curso que continuo a fazer com ela, além da aprendizagem contínua, os momentos acabam por se transformar em reflexões que nos acompanham porta fora. Quando, agora, me perguntam que género de yoga pratico ou oriento, deixo as pessoas falar e depois respondo apenas, “Hatha yoga”. Esta necessidade de engavetar tudo é muito cultural, demasiado ocidental, até, mas acima de tudo, acaba por ser típico do ser humano. Perante perguntas deste género, a partir do momento em que se responde “Hatha” yoga, além de nos salvaguardarmo-nos, rejeitamos subtilmente a discussão acerca dos géneros e tipos de Yoga que percorrem o mundo, uma vez que HATHA engloba qualquer espécie praticada. É o yoga do corpo. Curiosamente, são as pessoas que perguntam este género de coisas, que não chegam a perceber a resposta. Pensam que “hatha yoga” é mais outro estilo.

Infelizmente, imensos praticantes desvalorizam toda e qualquer prática que não seja vigorosa. É impressionante como nós fugimos daquilo que mais precisamos. Como sabemos tão bem na teoria e na prática, mas nem sempre o conseguimos reconhecer, admitir e aceitar...! Contra mim falo, que até há pouco tempo, também me custavam as aulas mais meditativas e se não fizesse uma prática mais power, parecia não sentir que estivesse a praticar verdadeiramente (o que quer que isso fosse e que eu lhe chamava yoga! Também o é, mas Yoga não se resume a encaixar asanas um atrás dos outros…). Lá está, o asana é apenas UMA das técnicas contempladas pelo Yoga. E o pranayama? Os kryas? São outras técnicas do HATHA yoga que, como já referido acima, é o yoga do corpo. Compreendo os argumentos da necessidade do esforço e auto-superação como máximas de determinadas escolas que nada mais fazem do que interpretar e reproduzir o que apreenderam do Oriente. Mas, como todas as interpretações e adaptações, sofrem sempre alterações e respondem, acima de tudo, às necessidades e ambientes onde se instalam. E, claramente, que não podemos comparar os estímulos e locais onde vivemos aos do Oriente mas, rejeitar agressivamente um desafio como por exemplo, uma prática mais meditativa em prol do equilíbrio, por estarmos habituados a suar durante uma sequência de asanas, parece-me ser tudo menos yoga. Yoga não é marketing, nem apenas suor. Tentar pôr a mente a suar parece-me mais árduo do que o corpo.
O desafio é sempre algo que nos retira da zona de conforto. E, atrever-me-ia a dizer que quando os resultados não são tão imediatos, quando parecem mais invisíveis aos olhos e mais próximos do coração e do espírito (ou de algo que lhe possam preferir chamar), o ser humano tende a fugir deles. Apesar de sermos emoções e sensações, valorizamos demasiadamente a vista e o ego. O nosso umbigo gosta de ver, preferencialmente, tudo o que apareça mais rapidamente. Temos muita pressa por aqui. E o yoga não é, definitivamente, para quem tem pressa.


Tuesday, November 11, 2014

hay que...

"Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás."
(Che Guevara)

Foto: Gregory Colbert

Thursday, October 30, 2014

q maravilhoso este "Som da Rua"!

A quem interessar conhecer o projecto "SOM DA RUA", a criação de uma orquestra de pessoas Sem-Abrigo (não apenas "sem-tecto"). Um projecto do Serviço Educativo da Casa da Música (sob orientação do Jorge Prendas), em parceria com várias instituições e associações de solidariedade social. Fez agora mesmo 5 anos!
Excelente reportagem de Raquel de Melo Pereira e com sonoplastia de Joaquim Dias, TSF. 
E, já agora, a apresentação de Jorge Prendas no TEDx: "A MÚSICA LIBERTA?"


Tuesday, October 28, 2014

entre o desejo e o medo.

Entre leituras profissionais e gostos pessoais, um encontro com um autor que, à primeira vista, parece relativamente datado, ainda que se reflectirmos honestamente, não está assim tão longe destes tempos...(?) A falsa sensação de controlo sobre a(s) máquina(s) q temos, talvez, nos conduza a outras sensações. Ironias deste 2014 tão Orwelliano, mesmo 30 anos depois destas palavras.

"Um novo espectro anda à solta entre nós, e poucos o viram com clareza. Não se trata do velho fantasma do comunismo ou do fascismo, mas de um novo espectro: uma sociedade completamente mecanizada, dedicada à máxima produção e ao máximo consumo de materiais e dirigida por máquinas computorizadas. (...) O próprio Homem, bem alimentado e divertido, embora passivo, apagado e pouco sentimental, está a transformar-se numa parte da maquinaria total."
(Fromm, 1985)

​E a isto, acrescento as ideias de Marañón,​ que reflecte sobre a ânsia e o medo constante do progresso e suas consequências.

​ "O Homem​ tem cada vez mais o sentimento profundo e firme de que controla o seu presente e o seu futuro e ao mesmo tempo o mundo. Isto leva-o a sentir que não existem limites para o ser humano.
O Homem acredita num progresso ilimitado e, a partir desta convicção, toma decisões que realmente o colocam situação de "se endeusar". Este novo ópio do povo que é a fé no progresso cria uma situação de grvae dificuldade para o desenvolvimento equilibrado do ser humano e da sociedade em que ele vive."

E, entretanto, uma amiga sugeriu-me este artigo do Isaac Asimov, como seria o mundo em 2014, segundo uma perspectiva de quem o escreveu há 50 anos.


Thursday, October 23, 2014

sem dúvida.

"Perde-se a vida quando a pretendemos resgatar à custa de demasiadas preocupações."
(William Shakespeare)

Wednesday, October 22, 2014

sonhar...acontecer.

"Se queremos um belo jardim, devemos começar por fazer o seu esboço na nossa imaginação."
(Dalai Lama)


Thursday, September 25, 2014

"chegar a cada instante pela primeira vez"

- O pequeno é como o grande.
- O que está em cima é análogo ao que está em baixo.
- O interior é como o exterior das coisas.
- Tudo está em tudo.

 

HERMES TRIMEGISTA
 (in "A Invenção do Dia Claro", Almada Negreiros)

Thursday, September 18, 2014

"Há quem tenha medo que o medo acabe"

Porque nunca é demais voltar a ouvir estas palavras de Mia Couto,


Tuesday, September 16, 2014

Monday, September 8, 2014

Friday, September 5, 2014

"mar português"

(...) "Este padrão ao pé do areal moreno
E para diante naveguei."


(...)

 O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp’rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte —
Os beijos merecidos da Verdade. 


(...)

(Fernando Pessoa)

Saturday, August 23, 2014

Tuesday, August 12, 2014

"cruzar adiante, não segurar"

Walpola Rahula (Sri Lanka, 1907 ~ 1997):
[...] o Buda disse: “Uma pessoa tem uma fé. Se ela diz: ‘Esta é a minha fé’, até aqui ela mantém a verdade. Mas ela não deve chegar à conclusão absoluta: ‘Só esta é a Verdade, todo o restante é falso’. [...] Se apegar a determinada visão e menosprezar outras, como algo inferior, isto os sábios definem como estar acorrentado”.
Certa vez, o Buda explicou a doutrina sobre causa e efeito aos discípulos, que disseram ter enxergado e compreendido claramente. Então o Buda disse:
“Ó monges, mesmo essa visão, que é tão pura e clara, se se apegarem a ela, se a prezarem, como um tesouro, se se prenderem a ela, então vocês não compreendem que o ensinamento é como uma canoa, que serve para cruzar adiante, e não para segurá-la.”
“What the Buddha Taught”, loc. 509

(retirado do darma.info)

Thursday, August 7, 2014

outras fachadas, outras romarias.

 E ao ouvir o novo álbum de B Fachada

Depois não digas que não gostas
gostas
De mais perguntas que respostas
gostas
Ter as lembranças todas tortas
gostas
O mar pela frente e a cruz às costas
gostas
gostas

...voltou-se ao "B Fachada é para meninos", de onde se retiraram estes excertos.

"vou ser só aquilo que gosto ou vou gostar daquilo que sou (...) tudo pode acontecer também eu quando eu for grande vou ter fé vou ter acções vou comprar os meus problemas ou vender as soluções vou gostar daquilo que faço ou fazer aquilo que sou vou pagar pelo meu futuro para chegar a ser avô saber quem vou ser (...) tudo pode acontecer."
 
"tó-zé tu tem cuidado não seja pau mandado antes louco e malcriado que pensar só de emprestado toda a vida te vão dar o mundo já bem mastigado tu começa a praticar para não ficares moralizado."

Foto: Doclisboa

"és melancómico já foste cínico tens dessa sina de passar o tempo atónito és económico um pouco cénico tens muita vida para fazer amor platónico és engraçado bem cultivado estás no presente a preparar o teu passado és analógico estás sempre alérgico espalhas pelo bairro o teu requinte gastronómico és puro-irónico és um bom cantor-afónico apesar do jeito tímido és um prato oh melancómico és verdadeiro poeta por inteiro já só te falta ter um gato e um marinheiro sou melancómico um pouco cínico tenho essa sina de passar o tempo atónito sou económico também sou cénico há muita vida para fazer amor platónico sou engraçado bem cultivado estou no presente a preparar o meu passado."

Saturday, August 2, 2014

alguns bija mantras.

Do livro "Ayurvedic Healing: a comprehensive guide", de David Frawley, uma breve descrição das potencialidades dos bija mantras "om, shrim, ram, hum, aim, krim, klim, sham, hrim":




Om shreem hreem kleem gloum gam ganapatye varavarada saravajanam me vashamaanaya swaahaa.



E a respiração para o bija mantra, "SO HUM",


Friday, August 1, 2014

"Canção do Homem"

 Da poetisa africana Tolba Phanem,

"Quando uma mulher de certa tribo da África sabe que está grávida, segue para a selva com outras mulheres, e juntas rezam e meditam até que aparece ” A canção da criança”.
Quando nasce a criança, a comunidade se junta e lhe cantam sua canção. Logo, quando a criança começa sua educação, o povo se junta e lhe canta a sua canção.
Quando se torna adulto, a gente se junta novamente e canta.
Quando chega o momento de seu casamento, a pessoa escuta sua canção.
Finalmente, quando a sua alma está para ir-se deste mundo, a família e amigos aproximam-se e, como em seu nascimento, cantam sua canção para acompanhá-la na “viagem”.
Nesta tribo da África, tem outra ocasião na qual os homens cantam a canção.
Se em algum momento da vida a pessoa comete um crime ou um ato social aberrante, levam-no até o centro do povoado e a gente da comunidade forma um círculo ao seu redor. Então lhe cantam “sua canção.”
A tribo reconhece que a correção para as condutas antisociais não é o castigo; é o amor e a lembrança de sua verdadeira identidade. Quando reconhecemos nossa própria canção, já não temos desejo nem necessidade de prejudicar ninguém.
Teus amigos conhecem a “tua canção”. E a cantam quando a esqueces. Aqueles que te amam não podem ser enganados pelos erros que cometes, ou as escuras imagens que mostras aos demais. Eles recordam tua beleza quanto te sentes feio, tua totalidade quando estás quebrado, tua inocência quando te sentes culpado e teu propósito quando estás confuso."


Thursday, July 31, 2014

"Does the mind appear in the body or the body in the mind?"

"As body, you are in space. As mind, you are in time. But are you a mere body with a mind in it? Have you ever investigated?'

"Why not investigate the very idea of body? Does the mind appear in the body or the body in the mind? Surely there must be a mind to conceive the "I-am-the-body" idea. A body without a mind cannot be 'my body'. 'My body' is invariably absent when the mind is in abeyance. It is also absent when the mind is deeply engaged in thoughts and feelings." 
Sri Nisargadatta Maharaj in "I AM THAT"

(Retirado do artigo "Mind Body Connection",  da fantástica Esther Ekhart)

Tuesday, July 29, 2014

Thursday, July 24, 2014

brincar de pernas para o ar.

E depois de mais uma quinzena de "Férias na Quinta", amanhã é dia de apresentação do resultado das oficinas desenvolvidas com as crianças e jovens. Pelas 17h30, é o momento para ver a adaptação livre do conto do fantástico Manuel António Pina, "O País das Pessoas de Pernas Para o Ar". E nunca nos esqueçamos..."Maybe it's not about the happy ending, maybe it's about the story".


Wednesday, July 23, 2014

the "ultimate pervert art".

Sugeriram-me este "documentário" do Slavoj Zizek. 

 "Cinema is the ultimate pervert art. It doesn't give you what you desire - it tells you how to desire."(S.Zizek)

Monday, July 21, 2014

tentar todos os dias.

Há quem deteste este género de publicações com frases "feitas", clichés e todo o tipo de apontamentos que assentam sempre bem mas podem cair mal em algumas carapuças. Nunca é demasiado tarde para nos lembrarmos que...todos os dias podemos ser um bocadinho melhores.



Friday, July 18, 2014

a dança de tudo.

Porque tudo é possível. E, se repararmos e escutarmos, vemos dança e sentimos música em qualquer lado. 
O último "palco" onde assisti a uma bela dança foi num hospital público. Ter estado internada na sequência de uma operação fez-me ficar poucos dias mas, algumas horas (as suficientes), num quarto, onde a dança das enfermeiras era um belo rodopiar de atentar e cuidar. Esvoaçantes e eficazes, entre trocar soros e medicação, gerir queixumes, tensões e atenções, volver gestos, tocar aparelhos e envólucros e, ainda, espaço para deitar olhares a todos, vislumbrar necessidades e ritmar rituais e processos de convalescença, pós ou pré-operatórios. Belas e eficientes, as enfermeiras (e os enfermeiros, claramente!), bailarinas nesse processo da saúde e que, infelizmente, nem sempre são devidamente reconhecidas.

O trabalho do Diego Stocco fez-me lembrar, de certa forma, as preciosas enfermeiras. 
Fazer música é possível com tudo, se até com soro e catéteres dentro de um edifício que nem sempre traz as melhores recordações, que acontecerá com areia, árvores, bonsais e o recheio de uma lavandaria?









Wednesday, July 16, 2014

temperar a alma.


" - O português não sabe andar. Daí lhe provém quase todos os seus defeitos de consciência e de corpo. O andar não é apenas um exercício. É uma escola. A andar educa-se a espinha, enrijecem-se os rins, tempera-se a alma. O português corcova e arrasta-se. 
(...)
"Respire, respire melhor! Atenção, atenção aos ombros! Olhe-me esses calcanhares!"

(Obrigada pela partilha destas belas palavras das Farpas de Ramalho Ortigão, querida Xana!)


o valor das coisas.


"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."
(Fernando Pessoa)

 


Tuesday, June 17, 2014

prescrição médica

Prescrição médica:
Passar o máximo tempo com a Sra. PRAIA e andar de braço dado com o Sr. mar.


Wednesday, June 11, 2014

ontem, hoje e amanhã.



"Yoga is not an ancient myth buried in oblivion. It is the most valuable inheritance of the present. It is the essential need of today and the culture of tomorrow."

Swami Satyananda Saraswati

Tuesday, June 10, 2014

... com o imaginário bem VIVO!

E as Leituras Orientadas (sempre em movimento!) ficam por aqui, neste ano lectivo, prontinho a ir de férias. Trava-línguas saltitantes, aaaa-rrrrr-ti-cu-ções traquinas e muitas posturas de yoga para libertar a criatividade e dar corpo a toda a expressão que vive (por vezes, muito adormecida!) dentro de nós. Deliciosos momentos com estes fantásticos meninos, de imaginário bem VIVO!


Tuesday, June 3, 2014

de volta... daquele degradé de azuis.

Do paraíso, onde os retalhos verdejantes cruzam-se com degadrés de azul celeste e turquesa. A viagem até à Galiza é rápida mas o estado medidativo atingido parece distante do dia-a-dia da rotina da invicta. Ficam boas recordações, memórias vivas e mergulhos no mar, ainda que com chuviscos e ventos sussurrantes pelo meio. Do nascer e pôr do sol guardam-se tons reconfortantes e suspiros apaziguadores.


Monday, May 26, 2014

uma voltinha até ali acima!


A caminho de um sítio delicioso para acompanhar a gravação do DVD de yoga da Catarina...!
Até já! :)




Thursday, May 22, 2014

tão bom que é respirar o sol.



Nas oficinas do BOA, conversamos com as árvores e deixamos o sol mimar-nos.

Monday, May 12, 2014

sobre o presente expandido.

Apesar de haver alturas em que parece conveniente dar um passo atrás ou ficar no mesmo sítio...para que se possa, segura ou finalmente, avançar.


Friday, May 9, 2014

vamos conversar com as árvores.

Sábado, a partir das 15h00. A aventura é com as árvores.


Wednesday, May 7, 2014

nutrir a alma.

A estudar nutrição ayurvédica, com a belíssima vista sobre o Douro.
Porque a alma, essa, precisa sempre de alimento.


Thursday, May 1, 2014

"sobre a areia o tempo poisa"


 
"Mundo silencioso que não atinge
A agitação das ondas."

Monday, April 28, 2014

Abril, 25.

Apesar do "atraso" de uns dias, a merecida publicação.
Acerca da liberdade.

25 de Abril 

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo 

(Sophia de Mello Breyner Andresen, in 'O Nome das Coisas')



Wednesday, April 23, 2014

Tuesday, April 22, 2014

feliz Dia da Terra.


“The aim of science is to discover and illuminate truth. And that, I take it, is the aim of literature, whether biography or history... It seems to me, then, that there can be no separate literature of science."
Rachel Carson
 

Licença Creative Commons
Esta obra foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição-Proibição de realização de Obras Derivadas 2.5 Portugal.