Porque tudo é possível. E, se repararmos e escutarmos, vemos dança e sentimos música em qualquer lado.
O último "palco" onde assisti a uma bela dança foi num hospital público. Ter estado internada na sequência de uma operação fez-me ficar poucos dias mas, algumas horas (as suficientes), num quarto, onde a dança das enfermeiras era um belo rodopiar de atentar e cuidar. Esvoaçantes e eficazes, entre trocar soros e medicação, gerir queixumes, tensões e atenções, volver gestos, tocar aparelhos e envólucros e, ainda, espaço para deitar olhares a todos, vislumbrar necessidades e ritmar rituais e processos de convalescença, pós ou pré-operatórios. Belas e eficientes, as enfermeiras (e os enfermeiros, claramente!), bailarinas nesse processo da saúde e que, infelizmente, nem sempre são devidamente reconhecidas.
O trabalho do Diego Stocco fez-me lembrar, de certa forma, as preciosas enfermeiras.
Fazer música é possível com tudo, se até com soro e catéteres dentro de um edifício que nem sempre traz as melhores recordações, que acontecerá com areia, árvores, bonsais e o recheio de uma lavandaria?
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