Tuesday, December 20, 2011

Se deus não responder, deixa mensagem após o sinal.

Vi um poema num determinado blog.
Não resisti em partilhar. Muito bom.


"Mente mais, rouba mais e pensa positivo.
Vai tudo correr bem.
Um pouco mais de fé e o mundo é teu.
Se deus não responder, deixa mensagem após o sinal…"


Wednesday, November 30, 2011

espaço.





naquela rua havia espaço.
espaço recôndito nas sombras
dos transeuntes, envoltos em 
linhas megalíticas, como que
pesadas consciências.
aquela rua tinha um peculiar
cheiro a marfim.
porque aqueles vultos
“deixam correr o marfim”,
aquando da procrastinação
agendada pelo conformismo,
instigada pela desordem
de espírito, essa, que origina
o entorpecimento a longo-prazo.
a rua deles era deles.
pertencia-lhes intrinsecamente,
num limbo entre a tradição bairrista
e a pré-hostilidade anfitriã.
a rua deles era deles. 
e dos outros.
Mora 

Nov'2011

Tuesday, November 29, 2011

mensagem para a falta de sensibilidade e bom gosto.

Caros directores e editores de jornais, suplementos dos mesmos e afins,


O público-geral, vulgo Zé Povinho, agradece sensibilidade e bom senso nas escolhas editoriais para determinados trabalhos.
Optarem pelo tema LUXO, dadas as circunstâncias actuais, só pode ser para:


a) Ninguém comprar o jornal, dada a altura deprimentemente austera e/ou desistir, totalmente, da compra de jornais portugueses;


b) As pessoas substituírem o jornal pelo efeito do consumo de metanfetaminas, psicotrópicos e qualquer-outra-droga-cujo-efeito-passe-pelo-estado-efusivo-dreamy-entusiasta;


c) Afastar as classes B, D, E do acesso básico à informação;


d) A Presidência do Conselho de Ministros ficar com todos os exemplares do pasquim em stock;


e) Parafrasear o baixo nível proferido, há tempos, por um certo senhor que dizia que o mal se cura com "uma dose apropriada de iodo." Ou seja, mandar o pessoal para a praia enquanto se sussurra... "iodam-se!"

Wednesday, November 23, 2011

"Quase Nada".

Integrado, também, no MEXE - Encontro de Arte e Comunidade.



Uma coreografia de gestos e afectos, onde a poesia de Eugénio de Andrade trespassa o físico e abraça o teatro enquanto língua universal. A coesão social através da criação artística.Dirigido por João Pedro Correia, "Quase Nada" é o cruzamento de linguagens, desenvolvido pela PELE_Espaço de Contato Social e Cultural e a Associação Surdos do Porto, com o apoio do Serviço Educativo da Casa da Música. 

Com 8 performers surdos, 2 actores profissionais e um músico.

Acolhido, em Outubro de 2011, pelo Serviço Educativo do Teatro do Campo Alegre, o espectáculo encerrará o ciclo "Ao Alcance de Todos", pela Casa da Música, a 3 e 4 de Abril de 2012.

Direcção Artística: João Pedro Correia

Construir o Inimigo.

Já está na wishlist.

Wednesday, September 14, 2011

Friday, July 1, 2011

já só.



(Já só) tenho vontade que o dia aconteça sem que eu me deite.


Wednesday, June 15, 2011

communicare.


"Communication is the transfer of emotion. Communication is about getting others to adopt your point of view, to help them understand why you’re excited (or sad, or optimistic or whatever else you are.)If all you want to do is create a file of facts and figures, then cancel the meeting and send in a report.You can wreck a communication process with lousy logic or unsupported facts, but you can’t complete it without emotion. Logic is not enough" - Seth Godin 

Monday, June 6, 2011

só para agradecer...


... tudo o que nos deixou e continua a viver em nós. 

Sintamos, apenas. Que já é mais-que-tanto.

Friday, June 3, 2011

nervo óptico.

Aquela evasão.
De êxtase evadido por si só.
Da cãibra que teima em pairar
Quando a disposição desponta
A pré-conceptualização da disposição.
A disposição, essa que dorme silenciada pelas sinapses
Frontais, resiste e entorpece como bem lhe apetece,
Como nervo óptico a difundir-se no recôndito desejo
De perceber. De entorpecer. De não perceber.
Na órbita, essa que circunspecta a referência e o referencial,
Espreitam-se e decidem-se perspectivas vãs e despóticas.
Arrecadam-se oportunidades solúveis em vontade e finitude.
E eis que se deixam padecer,
De encontro à mais ténue lucidez e
Perdem-se, assim, na alternância da terna melancolia.

Mora
Junho 2011

cafuné.

cafuné 

s. m.
Acto! de coçar a cabeça de alguém, dando estalidos com as unhas para fazê-lo adormecer.

Wednesday, May 25, 2011

a subversão dos instintos.

Porque a imaginação tem muita força.
E porque toda a humanidade em nós parece evaporar-se aquando da inversão total da lógica das coisas. Das nossas coisas. Do sentido que a própria vida nos imprimiu, da impressão que a vida nos dá. 
Porque, acima de tudo, o instinto apela à inversão das coisas. À sobrevivência. Eis que neles esvaece a cegueira de fé, essa monstra de quatrocentas-e-cinquenta-e-sete asas e antenas. O lugar-comum das coisas e o santuário do desespero. O humano. A mutação constante que aspira à re-adaptação de tudo, do mais insignificante interlúdio sussurrante, à grandeza das coisas que apavoram qualquer lei da gravidade. Grave. É. 

* fotos de P.Almeida.  | Fotos de quase aqui.
 "... O sorriso, Já tinha sido assim nos tempos não muito distantes 
em que a mulher fora menina, palavra em  
desuso, quando o futuro era uma carta fechada e a curiosidade 
de abri-la ainda estava por nascer.  
Simplificando, pois, poder-se-ia incluir esta mulher na classe 
das denominadas prostitutas, mas a  
complexidade da trama das relações sociais, tanto diurnas como 
nocturnas, tanto verticais como horizontais,  
da época aqui descrita, aconselha a moderar qualquer tendência 
para juízos peremptórios, definitivos, balda  
de que, por exagerada suficiência nossa, talvez nunca 
consigamos livrar-nos. Ainda que seja evidente o  
muito que de nuvem há em Juno, não é licito, de todo, teimar 
em confundir com uma deusa grega o que não  
passa de uma vulgar massa de gotas de água pairando na 
atmosfera. Sem dúvida, esta mulher vai para a cama  
a troco de dinheiro, o que permitiria, provavelmente, sem mais 
considerações, classificá-la como prostituta  
de facto, mas, sendo certo que só vai quando quer e com quem 
quer, não é de desdenhar a probabilidade de  
que tal diferença de direito deva determinar cautelarmente a 
sua exclusão do grémio, entendido como um  
todo. Ela tem, como a gente normal, uma profissão, e, também 
como a gente normal, aproveita as horas que  
lhe ficam para dar algumas alegrias ao corpo e suficientes 
satisfações às necessidades, as particulares e as  
gerais. Se não se pretender reduzi-la a uma definição 
primária, o que finalmente se deverá dizer dela, em  
lato sentido, é que vive como lhe apetece e ainda por cima 
tira daí todo o prazer que pode. "


"...aqui, além, então de repente as chamas multiplicaram-se, 
transformaram-se numa única cortina ardente, um jorro de água 
ainda passou através delas, foi cair sobre a mulher, porém 
inutilmente, já era o seu próprio corpo o que estava a 
alimentar a fogueira. Como vai aquilo lá por dentro, ninguém 
pode arriscar-se a entrar, mas a imaginação para alguma coisa 
nos há-de servir, o fogo anda a saltar velozmente de cama em 
cama, quer deitar-se em todas ao mesmo tempo, e consegue-o, os 
malvados gastaram sem critério nem proveito a pouca água que 
ainda tinham, tentam agora alcançar as janelas, mal 
equilibrados sobem às cabeceiras das camas a que o fogo ainda 
não chegou, mas de repente o fogo já lá está, eles resvalam, 
caem, e o fogo já lá está, com a ardência do calor as vidraças 
começam a estalar, a estilhaçar-se, o ar fresco entra silvando 
e atiça o incêndio, ah, sim, não estão esquecidos, os gritos de raiva e medo, os uivos de dor e agonia, aí fica feita a 
menção, note-se, em todo o caso, que irão sendo cada vez 
menos, a mulher do isqueiro, por exemplo, está calada há muito 
tempo. " [Saramago, in "Ensaio Sobre a Cegueira"]


Imaginarius 2011, KTO Theatre, "The Blind".

Tuesday, May 24, 2011

porque livros, nunca são de mais.


E porque a Feira do Livro do Porto está mesmo, mesmo, mesmo à porta. 
Começa já esta quinta-feira e até dia 12, muitos livros vão estar à espera de umas mãos e corações atentos ;) 

Para os mais distraídos, a FLP acontece na Avenida dos Aliados. Celebrem-se as palavras com nexo.

[http://www.feiradolivrodoporto.pt/]

Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nella ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver addiado que procria?

Fernando Pessoa, 
in "A Mensagem"

não se casem raparigas.

Porque estas palavras do Boris Vian são pequenas delícias de rir e chorar por mais....  ;)


Não se Casem Raparigas

Copla 1 


Já viram um homem em pêlo 
Sair de repente da casa de banho 
Escorrendo por todos os pêlos 
Com o bigode cheio de pena 
Já viram um homem muito feio 
A comer esparguete 
Garfo em punho e ar de bruto 
Com molho de tomate no colete 
Quando são bonitos são idiotas 
Quando são velhos são horríveis 
Quando são pequenos são maus 
Já viram um homem gordo à beça 
Extrair as pernas do ó-ó 
Massajar a barriga e coçar as guedelhas 
Olhando pensativo para os pés 

Refrão 1 

Não se casem raparigas não se casem 
Façam antes cinema 
Fiquem virgens em casa do papá 
Sejam serventes no carvoeiro 
Criem macacos criem gatos 
Levantem a pata na Ópera 
Vendam caixas de chocolate 
Professem ou não professem 
Dancem em pêlo para os gagás 
Sejam matadoras na avenida do Bois 
Mas não se casem raparigas 
Não se casem 

Copla 2 

Já viram um homem à rasca 
Chegar tarde para o jantar 
Com baton no colarinho 
E tremeliques nas gâmbias 
Já viram no cabaret 
Um senhor não muito fresco 
Roçar-se com insistência 
Numa florzinha de inocência 
Quando são burros aborrecem 
Quando são fortes fazem sports 
Quando são ricos guardam o milho 
Quando são duros torturam 
Já viram ao vosso braço pendurado 
Um magrizela de olhos de rato 
Frisar os três pêlos do bigode 
E empertigar-se com um ar de bode 

Refrão 2 

Não se casem raparigas não se casem 
Vistam os vossos vestidos de gala 
Vão dançar ao Olímpia 
Mudem de amante quatro vezes por mês 
Peguem na massa e guardem-na 
Escondam-na fresca debaixo do colchão 
Aos cinquenta anos pode servir 
Para sacar belos rapazes 
Nada na cabeça tudo nos braços 
Ah que bela vida será 
Se não se casarem raparigas 
Se não se casarem 

Boris Vian, in "Canções e Poemas

Monday, May 16, 2011

Jaki Liebezeit ao jantar.





E porque se ouviam várias de krautrock, destacou-se Jaki Liebezeit. Ouvia-se "This is the rule".

Wednesday, April 27, 2011

Da janela do meu quarto.

Da janela do meu quarto
Repousam inimagináveis histórias que sucumbem ao entusiasmo dos dias.
Esses que correm a passar,
Ei-los, sôfregos na ausência do amanhã, o “atropelador” do presente.

Da janela do meu quarto
sussurra o boato mais escondido, pergunta retórica do segredo.
Dali ouvem-se respostas em tom de pergunta,
da janela do meu quarto.

E quando, da janela do meu quarto, se insiste em passear esqueletos
pela calçada apaziguada de verde, eis que a curiosidade comanda.
Comandam-se desejos e vaporizam-se aparências
encaixilhadas.


Da janela do meu quarto.

Mora '2011

Tuesday, April 12, 2011

Aerca da espera.

À Espera de Comboio.

Eu esperava serenamente
por um comboio
numa paragem de autocarros
e só chegavam mesmo autocarros
nunca passava um comboio
e entretanto o dia morria
na linha do horizonte do mar
totalmente pintada de vermelho
como sangue esquecido no abismo


Uma senhora de idade perguntou-me
se queria um copo de água
depois de olhar bem para mim
e me aconselhar a procurar
uma estação de comboios
pois ali só paravam autocarros


Também um cavalheiro deu-me
um cigarro e eu não fumo e disse
que se quisesse podíamos conversar
sobre a história de estarmos à espera
numa paragem de autocarros
pela passagem de um comboio
e não de um autocarro qualquer


Eu sabia que o cavalheiro e a velhinha
só me queriam ajudar a olhar mais atentamente
para a realidade que me rodeava
porém não podia aceitar nenhuma
das suas educadas propostas
porque a minha realidade estava definida
e esperava por um comboio
numa paragem de autocarros
e ninguém tinha nada a ver com isso


Na verdade eu só decidira experimentar
a sensação de esperar por um comboio
numa ilha onde apenas existem autocarros
observando o crepúsculo
sem ter outras coisas para fazer

José António Gonçalves.

Saturday, April 9, 2011

Sobre um poema.



Um poema cresce inseguramente
na confusão da carne,
sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,
talvez como sangue
ou sombra de sangue pelos canais do ser.



Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência
ou os bagos de uva de onde nascem
as raízes minúsculas do sol.
Fora, os corpos genuínos e inalteráveis
do nosso amor,
os rios, a grande paz exterior das coisas,
as folhas dormindo o silêncio,
as sementes à beira do vento,
- a hora teatral da posse.
E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.



E já nenhum poder destrói o poema.
Insustentável, único,
invade as órbitas, a face amorfa das paredes,
a miséria dos minutos,
a força sustida das coisas,
a redonda e livre harmonia do mundo.~



- Em baixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério.


- E o poema faz-se contra o tempo e a carn
e.



Herberto Hélder.

Tuesday, April 5, 2011

Monday, March 28, 2011

hoje.

O dia não foi meu
e tantos outros que o não são
erro no calendário
ou voluntária distracção

E os dias que foram meus
gestos de outros são
que se dão a quem os quer
nos dias que o não são

E da pressa de os perder
do cansaço de os contar
ganho vícios da noite
que me sabem perdurar


Marcelino Vespeira

Tuesday, March 22, 2011

Congratz, mon chéri.

Valeu, pessoal! :) Obrigada! Não havia surpresa sem vocês. 

Não há grandes registos fotográficos, como sabem. Haja memória!
Zé, Sílvia, Olga, João, Zé, Elisa, Sofia, Martins, Rita, Ricardo, Chiquinho, Chicote, Chichas, Marcelino (pelo fantástico estouro dos confetis!) E aos que não puderam aparecer mas fizeram questão de "estar em pensamento" (Leandro, Rita, etc...) 

:)  






Will do.

O 4.º e novo álbum de TV On The Radio, Nine Types Of Light, pela Interscope, está quase a chegar. Dia 12 de Abril. Para já, o single "Will Do":


 TV On The Radio - "Will Do" by Interscope Records 


[Após a gravação do álbum, foi diagnosticado ao baixista da banda, Gerard Smith, cancro no pulmão. Pelos motivos óbvios, o membro não seguirá em digressão com a banda.] No site de Tv On The Radio, pode ler-se:  "Gerard is fortunate enough to have health insurance and is receiving excellent medical care. Already we have seen dramatic results. Combine that with Gerard's legendarily willful disposition and it might just be cancer that has the problem. We appreciate your concern and support for Gerard and his family." Assim esperemos.

Wednesday, March 16, 2011

Sê paciente.

Sê paciente; espera
que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça.  







Eugénio de Andrade,

Tuesday, February 22, 2011

Wednesday, February 2, 2011

Este país...

...hoje dá-me vontade de dizer, apenas:


"Ode ao MERDUM"

Sunday, January 23, 2011

Acerca do dia de hoje.

Nada de novo, nada mudou.
Infelizmente.

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,

Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a Hora!

                Valete, Fratres.

Fernando Pessoa, in "A Mensagem".

Thursday, January 20, 2011

Acerca do mercado "Bolonhês" e afins.


Manuel António Pina: I love you SO much.


O "mercado" é quem manda


"Se as universidades fizeram de doutoramentos, mestrados, pós-graduações e todo o tipo de licenciaturas, as mais delirantes, um negócio, porque não abrir esse negócio, o dos produtos finais e o dos componentes, ao "mercado"?
E se um diploma do 12.º ano se obtém hoje, nova-oportunisticamente, num mês ou dois e uma licenciatura à bolonhesa enquanto o diabo esfrega um olho, proporcionado às universidades a "oportunidade de negócio" (que o Conselho de Reitores já avidamente agarrou) de "mestrar" o milhão de licenciados pré-Bolonha cujo título deixou de valer um chavo, torna-se difícil levantar excessivas objecções morais à compra e venda de teses. Porque o "mercado" é quem manda e o cliente tem sempre razão.

Entretanto, o "Diário das Beiras" foi à net e descobriu o que toda a gente sabe (com excepção dos poucos e ingénuos que ainda acreditam na honestidade e de certos orientadores universitários): que se podem encomendar teses de doutoramento e mestrado sobre qualquer assunto, elaboradas por especialistas "de acordo com rígidos critérios de originalidade e qualidade" e a preços que variam entre os 1 200 e os 6 000 euros (vantagens da concorrência, pois há dois anos o DN informava que os preços andavam pelos 50 000 euros).
Talvez, quem sabe?, este venha a ser um nicho de mercado a explorar pelas próprias universidades, vender doutoramentos e mestrados prontos a vestir e já com tese incluída."

Sunday, January 16, 2011

ha-ha.

How Addicted to Facebook Are You?

Created by Oatmeal

É de "olhos bem fechados".

É de “olhos bem fechados”
que se esquece a prontidão cândida
do réu, acima, embriagado.

É, acima, do desejo - onde vultos
se aprouchegam de véus -
que aqueles estonteiam quem mais
procura, não fosse o receio
subir mais alto.

É de “olhos bem fechados”
que predomina a insolvência
daqueles que ousaram, quiçá,
um arrebatar pela cegueira.

É de “olhos bem fechados”
que se deixam encolerizar
as fortunas em demanda,
essas leves e recônditas
formas de subsistir.

E eles, eles que se deixam enlambujar
pelos mesmos, os que se mostram gulosos
de iguarias fajutas, inconstantes por aí.
ei-los. sobram sempre
alguns malfados transeuntes,
que teimam em estar no sítio errado,
à hora errada.

Mora
Jan/2011

Foto: Flick (Ashleigh290)
Licença Creative Commons
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