Tuesday, October 28, 2014

entre o desejo e o medo.

Entre leituras profissionais e gostos pessoais, um encontro com um autor que, à primeira vista, parece relativamente datado, ainda que se reflectirmos honestamente, não está assim tão longe destes tempos...(?) A falsa sensação de controlo sobre a(s) máquina(s) q temos, talvez, nos conduza a outras sensações. Ironias deste 2014 tão Orwelliano, mesmo 30 anos depois destas palavras.

"Um novo espectro anda à solta entre nós, e poucos o viram com clareza. Não se trata do velho fantasma do comunismo ou do fascismo, mas de um novo espectro: uma sociedade completamente mecanizada, dedicada à máxima produção e ao máximo consumo de materiais e dirigida por máquinas computorizadas. (...) O próprio Homem, bem alimentado e divertido, embora passivo, apagado e pouco sentimental, está a transformar-se numa parte da maquinaria total."
(Fromm, 1985)

​E a isto, acrescento as ideias de Marañón,​ que reflecte sobre a ânsia e o medo constante do progresso e suas consequências.

​ "O Homem​ tem cada vez mais o sentimento profundo e firme de que controla o seu presente e o seu futuro e ao mesmo tempo o mundo. Isto leva-o a sentir que não existem limites para o ser humano.
O Homem acredita num progresso ilimitado e, a partir desta convicção, toma decisões que realmente o colocam situação de "se endeusar". Este novo ópio do povo que é a fé no progresso cria uma situação de grvae dificuldade para o desenvolvimento equilibrado do ser humano e da sociedade em que ele vive."

E, entretanto, uma amiga sugeriu-me este artigo do Isaac Asimov, como seria o mundo em 2014, segundo uma perspectiva de quem o escreveu há 50 anos.


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