Carta para os amigos do coraçon,
Nestas vidas aceleradas, em que andamos em contra-tempo, constantemente, o tempo é escasso para muitas coisas que sabemos, à partida, que nos até nos fariam bem. Por que não tirar um minutinho por dia (ao acordar ou ao deitar, por exemplo, como se fizesse parte da nossa higiene) para agradecer o facto de estarmos vivos, termos saúde, termos um coração, por (ainda!) termos natureza aqui tão perto e podermos contemplá-la...(?) “A beleza da Natureza é uma dádiva que cultiva a apreciação e a gratidão.” (Louie Schwartzberg)
Nestas vidas aceleradas, em que andamos em contra-tempo, constantemente, o tempo é escasso para muitas coisas que sabemos, à partida, que nos até nos fariam bem. Por que não tirar um minutinho por dia (ao acordar ou ao deitar, por exemplo, como se fizesse parte da nossa higiene) para agradecer o facto de estarmos vivos, termos saúde, termos um coração, por (ainda!) termos natureza aqui tão perto e podermos contemplá-la...(?) “A beleza da Natureza é uma dádiva que cultiva a apreciação e a gratidão.” (Louie Schwartzberg)
Tirar tempo para agradecer. Tempo esse que podem ser apenas
uns segundos diários. Se não conseguirmos fazê-lo nas nossas rotinas em casa,
antes de sair ou quando chegamos a casa, por que não fazê-lo nos transportes
públicos e/ou no carro? Quando nos dirigimos para determinado sítio ou mesmo o
local de trabalho? Podíamos inverter o padrão das coisas…Se por acaso são
daqueles condutores que se transfiguram por completo, à frente do volante, se
por acaso a vossa energia toma conta de vocês e arrebata qualquer intenção e
promessa de auto-controlo e, quando nem se apercebem, já estão a “bufar” e a
protestar contra meio mundo que resolveu, também, sair de carro e
atravessar-vos à frente (nota: ler esta passagem com ironia, claro), que melhor
do que aproveitar esses momentos para respirar fundo e agradecer por alguma
coisa?
Estarmos gratos por tudo aquilo que nos rodeia, pelos laços
afectivos – sem eles, quem seriamos nós? – pela família (aqui também entram os
de 4 patas!), pelos amigos, pelas relações que construímos com os outros. E
agradecer por termos acesso a alguns dos bens materiais básicos e recursos mais
necessários, seja uma cama confortável, ou mesmo podermos ter acesso a água
(potável!)... enfim... Agradecer por termos Amor e este quentinho no coração,
que tantas vezes ignoramos, não nos lembramos ou simplesmente, habituamo-nos a
tomá-lo como garantido.
Há dias, num workshop de yoga com a minha querida amiga e
professora Catarina Mota, ela dizia algo como “nunca parto para as
práticas/posturas com a sensação de as ter como garantidas. Devemos fazê-lo com
a humildade de quem nunca praticou.” Ou seja, não é por ser praticante de yoga
há 20 anos que vou começar uma prática com a certeza e garantia de que o meu
corpo vai responder a determinado desafio/estímulo de determinada maneira. Por
que não aplicar a mesma lógica a tudo na vida? Evitar viver como se tudo fosse
garantido, como se as coisas tivessem no mesmo sítio, à mesma hora, e nós
comportarmo-nos assim, dessa mesma forma. Como se a vida e tudo o que ela traz
fosse garantida. Não é. Nada é certo na vida. Só que estamos aqui de passagem e
que tudo é impermanente. Então, por que não viver com essa consciência e, acima
de tudo, com essa humildade? Viver como se fosse novidade, com o respeito e
consciência de que as pessoas e as coisas não estão aqui para sempre.
Estarmos gratos por termos dignidade que todo o ser humano
deveria ter. Às vezes, só perante situações extremas é que o fazemos, como se vivêssemos
numa amnésia constante, que só perante a ameaça passa a fazer sentido
lembrarmo-nos de que nos esquecemos de agradecer.
Aproveito para partilhar uma
imagem que a minha amiguinha Su me enviou ontem e - discursos new age à parte - a verdade passa algures por aqui... Se focarmos a nossa energia e
atenção em determinada direcção, as respostas surgem-nos e as coisas fluem para
onde têm de fluir. As coisas andam por aí no sítio certo como também ouço
muitas vezes. Nós é que não, ou pelo menos, nem sempre.
Alguns de vocês partilham as mesmas experiências (ainda que vivenciadas por cada um de forma diferente,
há sempre pontos que se tocam!), aquela sensação de serem uma espécie de esponja, como se tivessem umas antenas e detectassem todas as vibrações
estranhas (ou aquelas que vocês
sentem como as menos boas!) para vocês... Por exemplo, andar de transportes
públicos, ir ao supermercado e, de repente, tudo o que pode representar estranheza
e nonsense acontece ao vosso lado...Parece
que determinadas situações vos “perseguem”, seja assistirem a discussões e
sentirem-se constrangidos, seja o que for. Confesso ter dias em que não consigo
abstrair-me e focar-me e "apanho"
com isso tudo...E depois sinto-me, naturalmente, esgotada. Curioso que durante
muito tempo pensei que as coisas aconteciam assim por mero acaso, não entendia porquê...Mas até profissionalmente, quando
fazia, por ex., emissões ao vivo pelas ruas do Porto, os colegas já sabiam e
até brincavam com a situação, que o pessoal descompensado
vinha sempre ter comigo...E eu...”caramba, mas que raio!?”
Entretanto, fui-me “apercebendo”...Além
de eu demonstrar disponibilidade e abertura para toda a gente, naturalmente que
as pessoas vão ao encontro de quem está mais disponível e não de quem está
fechado…Mas não podia ser só isso. Eu própria tinha de emitir determinadas
energias para isso acontecer, não é? Nós atraímos aquilo que emitimos. Nós
emitimos determinadas frequências e, assim, conduzimos a nossa energia em
direcção a X, Y, Z.
E é como diz na imagem partilhada, em vez de passarmos a
vida apenas a absorver determinadas energias, quando começamos a emitir
determinadas frequências, esse cenário vai-se dissipando e temos boas “surpresas” (principalmente, numa altura
de tantas velocidades, em que andamos todos a correr de um lado para o outro e,
como diz outra amiga minha, para chegarmos a lado nenhum!). Ou seja, uma coisa
são os factores externos que nem sempre controlamos, outra coisa é nós sermos
protagonistas da nossa acção. Premissa: eu emito determinada energia, eu emito
determinada vibração, logo, isso permite que o Universo me devolva o mesmo
“cumprimento de onda”. Não é fazer o que nos apetece, sem qualquer consciência
e esperar que o “Universo” dê as respostas…Como muitos de nós até podemos
pensar e como muitos discursos new age proliferam
por aí. “Se isto foi assim é porque tinha de ser”, demitindo-nos completamente
de toda e qualquer responsabilidade. O limbo entre aceitar e perceber que a
nossa postura e a lente com que vemos o mundo influencia tudo o que nos é
“devolvido” e acreditar que, independentemente das nossas acções, o Universo é
que dita tudo, é demasiado ténue. E, por vezes, o nosso ego escuda-se em
demasia nesse padrão de pensamento e, consecutivamente, comportamento. Há que
estar atento a todos estes processos. Senão, corremos o risco de ficarmos
presos a lógicas e processos que são o oposto daquilo que, aparentemente,
acreditamos que deveriam ser.
Sejamos conscientes mas não passemos todos os momentos a
analisar tudo, sejamos flexíveis mas não rocemos a condescendência e permitamos
a preguicite de comportamento,
sejamos atentos mas não excessivamente ao ponto de não conseguir relaxar.
Sejamos seres espirituais mas não caiemos no tal discurso new age referido há pouco, do “o Universo decide”, como se de uma
força única se tratasse e nós não pertencêssemos ao mesmo. Sejamos como o
bambu, firme (com a tensão necessária, e como em tudo na vida, na dose certa!) mas
com a flexibilidade necessária para dobrar e não quebrar. Sejamos felizes mas,
preferencialmente, que a felicidade não seja um objectivo específico de vida,
antes sim uma forma de estar. Sejamos, portanto, felizes em vez de nos
limitarmos a “estar” felizes (e salve língua portuguesa q nos permite estas
diferenciações ontológicas).
E duas referências de qualidade que motivaram este desabafo
em tom coloquial: