Tuesday, December 21, 2010

nada a aferir.

E porque "aferir" é uma palavra, verdadeiramente, feia.


E sobre a inocência das coisas
nada posso dizer ou aferir.
nada que não seja ingenuamente naif(e)
ou absurdo para outros.
Nada a aferir.

E tu? Nada tens a aferir?
Contra os esqueletos sorridentes
da praça abandonada,
esses que já não temem o abandono
de si próprios.

Quanto aos outros,
os que tudo temem por tudo terem,
tudo a aferir.

Porque tu sabes que o esqueleto
andante do abandono
não deixa ninguém sorridente.
Ou indiferente.
Ou inocente.

Mas mais ninguém ousa aferir.


Mora (Dez.2010)

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