Tuesday, April 14, 2015

acerca de espigais azulados.

 ...onde nuvens e céus de azul, um "azul rouco" grave,
fazem de ti o que tentas adormecer, num silêncio que borbulha. 
...expelindo em borbotões o desapego da memória.
docemente enlevado, esse pedaço de azulácea frescura.
um azul sussurrante de tão gritante que é. 
sentido lenitivo.
cores amenas - contraste com o sussurro do azul, 
adoçicando o espírito,
quando o suspiro fica suspenso e o amanhã não existe. 
hoje o tempo perdura assim, 
azul e grave, 
de uma rouquidão ambígua, 
pendente nesse tempo tão individual. 
numa viagem odeada pela iminência do agora.
numa respiração anelante, aquela que sopra brandamente. 
como que sinónimo da própria existência, o lugar do azul pingente. 
o lugar que é só nosso, 
de cada um. 
aqui e agora.

Mora Abril'15



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