Andamos todos de coração fraquinho e não dizemos a ninguém.
Andamos todos a correr para lado nenhum mas convencidos que para todo o lado.
Andamos todos de coração apertadinho mas proclamamos disponibilidade em todas as direcções.
Andamos todos de vendas e olhos fechados mas a espreitar por todas as janelas alheias.
Andamos todos querer saltitar e sair mas ficamos seguros no ninho confortável do receio e do medo.
Andamos todos a respirar inquietude e a declamar serenidade.
Andamos todos em contra-tempo quando o tempo nos pede tempo.
Andamos todos a querer amar sem saber como.
Andamos todos metidos para dentro, ainda que aliados à exposição.
Andamos todos por aqui ainda que acreditemos que estamos mais à frente.
Um passo mais à frente. Um passo mais atrás. Um passo para o lado, para o outro lado.
Para aqui, para acolá. Andamos todos sozinhos, no meio da confusão
Andamos todos à procura do nosso passo.
Um passo em direcção aos afectos.
Andamos todos de coração apertadinho e não dizemos a ninguém.
Um passo em direcção aos afectos.
Andamos todos de coração apertadinho e não dizemos a ninguém.
No comments:
Post a Comment