Monday, November 28, 2016

pudesse.

pudesse explicar a forma das coisas
e as coisas existiriam por si mesmas,
sem a palavra entrar e distorcer
a possível forma das coisas.
pudesse ouvir a interpretação das coisas
e as coisas planavam pela própria existência,
sem a existência do subjectivo,
da significância atribuída pelo torpor acelerado
da atribuição do significado.
pudesse a pragmática coexistir na ausência
e a semântica das coisas perder-se-ia na interpretação.
pudesse a existência existir sem ser
e a palavra ficaria aqui,
ausente de toda a carga que lhe atribuímos;
e as coisas ficariam por si,
puras, as coisas.
as coisas da pureza são puras só por si,
sem sistemas e descodificações do sentir,
onde a identificação com o dual não deixa espaço
para o pleno, para o existir sem existência.
onde os átomos se desdobram
nas formas simples das coisas.
pudesse aceitar a forma das coisas
e as coisas existiram por si mesmas.

Mora
21h15, 28 Nov. 2016

No comments:

Licença Creative Commons
Esta obra foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição-Proibição de realização de Obras Derivadas 2.5 Portugal.