Paremos, escutemos e olhemos o nosso corpo.
"We all love yoga, don’t we? We love yoga so much, we don’t want to give up our daily practice. We love yoga so much, we sometimes push through poses when we aren’t ready for them. Then one day we get a gentle warning sign in the form of pain or discomfort." (http://www.udaya.com/blog-post/)
O corpo diz-nos tudo, nós é que não o escutamos, de todo. Aliás, quando resolvemos dar-lhe (alguma) atenção, por norma, é sempre de forma narcisa e, diria até, abrupta. E somos tão pouco gentis com ele, definitivamente.
A propósito de como é importante aprender a parar e a escutar o corpo. Qualquer pessoa deveria escutá-lo e não o ignorar, mas quem tem por hábito e forma de estar na vida, qualquer prática física, semelhante atenção deveria ser inata. Ainda mais se a “prática” for de yoga e não meras repetições físicas para o ego ficar contente, inchado e... surdo.
Se antes não conseguia parar quando o corpo já enviava sinais por todos os lados, entretanto, nos últimos quase 15 dias, aquilo que tenho tentado fazer é tentar aceitar que precisava, realmente, de parar - com a prática intensa que fazia e não com a interna. Essa, sempre necessária. Agora, mais do que nunca. Curioso como estamos “programados” para nunca parar, como se tal fosse um sinal de fraqueza... ou de “calma aparente”, como também já me foi apontado.
Porque, se calhar, eu precisava de mais "yoga" e menos circo. E, depois de uma lesãozinha numa invertida que me obrigou à paragem obrigatória, passe a redundância propositada, admito sentir a urgência em reajustar toda a minha prática interna. Mergulhar em mim e não no meu ego.
E será que sentimos o que precisamos, verdadeiramente? Será que o nosso corpo nos envia sinais por todos os lados e a nossa mente, essa que “mente monumentalmente”, continua a dizer-nos o oposto do que, interiormente, vamos sentindo?
Uma amiga (e excelente osteopata) disse-me algo como, “A Vida tem maneiras de nos mostrar que precisamos de parar e refletir sobre como estamos a agir, e o corpo é o nosso melhor alarme. “
Fui avisada da “pior” maneira sobre a urgência de parar. Ainda que numa altura em que me sinto “parada”. E agora, o que é parar, genuina e verdadeiramente? O que é isto de aprendermos a cuidar de nós e dos outros, observando-nos e escutando-nos? Sem pararmos primeiro, dificilmente conseguiremos abrandar as preocupações internas e com os outros. E, quando andamos a massacrar o corpo, de forma exaustiva e pouco gentil, quando pensamos que lhe estamos a dar a melhor das atenções e, afinal, a prática não passa de algo obstinado e muito pouco carinhoso, não estamos a ouvir nada. Não nos estamos a ouvir. Não sei a fórmula ideal para tal, mas estou a aprender. E foi o próprio corpo que me alavancou a aprendizagem. E (agora parece mais claro), se estivermos pré-dispostos para tal e atentos, e formos meigos, não serão necessárias lesões para chegarmos a determinadas conclusões.
E o melhor que podemos fazer com a nossa única “casa”, o nosso corpo, é mesmo isso.
Ouçamo-nos.
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