Thursday, September 10, 2015

o segredo das relações. (?)

"What's the secret of a relationship?
Don't get into one!"

And if you're already into one, get out of it!"

Reflexão muito interessante e com um toque de um delicioso humor sobre os relacionamentos, por Rajshree Patel. Afinal de contas, o que andamos aqui a fazer "nisto" das (nossas) relações? Queremos estar com alguém de forma harmoniosa, apaixonada e pacífica? Ou queremos estar com alguém e ter (sempre) razão? Por norma, o nosso ego quer ter razão e isso dificulta qualquer relação e traz o distanciamento que tanto queremos evitar...Será que faz sentido? Será que devemos dispender a nossa energia nisso e na negatividade de uma discussão conjugal superficial matinal (que, claro, para nós é a coisa mais importante daquele momento)? Se calhar, o "segredo" para nos relacionarmos passa pela aceitação, observar aquele "ponto" em que percebemos que não precisamos de ter razão nem que os outros adoptem a mesma opinião/posição que tomamos relativamente a determinado assunto. Seja a forma como pegamos na pasta de dentes (exemplo brilhante dado por Rajshree Patel), seja outra coisa qualquer. Para isso, precisamos de praticar o lado observador que todos temos... Algo que não é fácil quando se está no olho do furacão (curiosidade: expressão comum e erroneamente utilizada, tendo em conta que, segundo a ciência, o olho de uma tempestade é, precisamente, o local onde as condições climáticas são mais amenas!)...
Bem, afinal de contas, podemos todos dizer que queremos amor mas, acima disso, só queremos ter razão. E não falo do alto da minha moral e condescendência, falo contra mim própria. Passamos grande parte da nossa vida a dizer "eu sei, eu sei", "eu compreendo o teu lado mas...". Enfim, teorizamos na perfeição e agimos com o ego no umbigo (e no coração!) Se calhar deviamos abandonar mais o uso do pronome pessoal "Eu", tantas vezes utilizado nos nossos discursos. Reflictam: quantas vezes começamos uma frase por "Eu", durante o dia? E quantas vezes o fazemos quando nos dirigimos aos nossos/as respectivos/as companheiros/as? Afinal de contas, é sobre "mim" ou sobre "nós"? E não confundamos liberdade/vontade individuais (que devemos manter e nunca nos anular em prol do outro, claro) com o bem-estar e harmonia geral do casal, essa construção feita pelo par. A vontade de dois e a adaptação e gestão de cada um. 

O mundo não é nem tem de ser feito à nossa medida. Os outros não têm de usar a mesma lente que nós... Quando acusamos o outro de intolerância, teimosia e pouca abertura, etc, não estaremos a cair, precisamente, no mesmo erro e a perpetuar a mesma atitude que criticamos? Não queremos, no fundo, moldar a visão dos outros à nossa? Porquê validar a nossa de melhor do que a dos outros? Só porque é nossa, provavelmente.
"Não é fácil abandonar as nossas posições", diz-nos Rajshree. E, de facto, não é. "E é aqui que entra a nossa prática, seja a meditação, respiração, o yoga". Elevar o nosso "prana" (energia vital), além de nos expandir o sistema respiratório, a energia em geral e a nossa mente, expande-nos a nossa visão e forma de estar no mundo. Expande-nos. "Tornamo-nos mais e mais expandidos. Pequenas coisas não nos abalam." A nossa tolerância e o entendimento que temos do mundo, dos outros e de nós próprios expande, tal como a nossa caixa respiratória numa saborosa e nutritiva inspiração. Como diz a minha amiga e professora Catarina, "elasticidade não está só no corpo, mas sim na mente, acima de tudo". E segundo Guruji, mencionado pela Rajhshree, "pequenas discussões são apenas UM grão de areia nos nossos olhos", que continuam a entrar sistematicamente no nosso sistema.
O que é mais importante? O que é que queremos, verdadeiramente?
Ter razão ou ter Amor?

"Keep your peace, keep your harmony."



"The universe set it up so that with your friends, family, parents and life partner, the thing you need to learn about you, will be in front of you.

The only reason for people to come together is because they want to give love, and in the process of giving something beautiful happens.

At the end you want love, harmony and peace. And the only solution is to give, and when you feel you cannot give, that is when you have to give more.

Why does love feel us so vulnerable?
Vulnerability is your greatest strength. When you are born, you are born open, available, giving.

You are just love."

Rajshree Patel - 04/03/2015

Artigo "Success in relationships", no Huffington Post.

(Recordei este vídeo, já partilhado pela minha querida amiga e professora de Yoga, Catarina Mota, no blog dela.)

No comments:

Licença Creative Commons
Esta obra foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição-Proibição de realização de Obras Derivadas 2.5 Portugal.