Para qualquer hora sem hora marcada. Um espaço pessoal e de partilha variada. Com deambulações poéticas pelo meio e todo o género de afins. Desentorpecid(a)mente.
Thursday, September 17, 2015
transformações.
Entre chuviscos, apertos ariscos e partidas serenas, também o cinza se transforma.
As últimas semanas têm sido uma aprendizagem a velocidade que nem sabia que podia existir. Foi pouquíssimo tempo para processar tantas mudanças. Afinal, o tempo é mesmo uma abstracção.
Em forma de homenagem a quem parte deste mundo físico, deixo esta imagem, abaixo.
A Chila partiu serena e feliz, rodeada por quem a amou, incondicionalmente, tal como o Amor dela por nós.
Afinal, arrisco-me a dizer que só o amor livre pode ser incondicional. E os animais, com a sua sabedoria, ensinam-nos o mais subtil do tudo. Ensinam-nos a amar, a observar o lado mais frágil de nós próprios e descobrimos que, afinal, até temos uma perninha de guerreiros.
Eles são guerreiros determinados. Escolhem-nos e escolhem quando partir. A magia de crescermos com eles é, precisamente cada passo, cada gesto, por mais mínimo q seja. Ser mãe deve ser algo do género. Nunca fui mãe mas o elo que desenvolvi com a minha princesa felina foi algo de mágico, tal como a sua partida. A morte pode, de facto, ser um processo "mágico", de aceitação e transformação. A morte traz quietude. Uma quietude que só existe na serenidade de quem aceita. O aperto angustiante transforma-se no aperto da saudade. O amor e a morte precisam de caminhar de mãos dadas com a liberdade, para pacificarem o desassossego e inquietações deste mundo físico. Afinal, só aquilo e aqueles livres conseguem amar, aqui ou noutro lado qualquer.
Aceitemos o processo e o tempo que o próprio tempo precisa. Afinal, o tempo é uma abstracção. O Amor também o é....mas acreditamos que é real, seja lá o que isso for.
Aceitemos, confiemos e transformemos.
Um aluno de uma tia muito querida, uma vez disse-lhe: "A terra é bela. Meninas saltam esmagando a terra. E o sol abre um sorriso azul na boca das nuvens."
Chamava-se Zé Carlos, "tinha 12 anos e era pastor de ovelhas, como o pai. Não falava e, pelos vistos, não comunicava com, praticamente, ninguém."
Pois é, Zé Carlos... A vida é mesmo bela e o sol abraça-nos com o seu sorriso.
Cabe-nos a nós observar e transformar o arco-íris dentro (e fora) de nós.
Lovely Chila (2004 /// 14-09-2015)
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